Os professores da Rede Municipal de Feira de Santana realizaram um ato público em frente à Secretaria de Educação para novamente cobrarem uma resposta à prefeitura para a pauta de reivindicações da categoria.
O ato denominado ‘Dia de Luta’ também teve por objetivo relembrar o protesto realizado pelos professores no dia 31 de outubro do ano passado, no qual os manifestantes ocuparam o prédio da paço municipal e foram agredidos com golpes de cacetetes e sprays de pimenta por agentes da Guarda Municipal.
De acordo com a professora Marlede Oliveira, diretora da APLB em Feira de Santana, que representa os professores, após o episódio envolvendo a prefeitura e os participantes da manifestação, nada foi resolvido.
“Nós decidimos marcar esse dia de luta a partir do momento que o vereador Silvio Dias fez um projeto de lei, que é o Dia de Luta pela educação de Feira de Santana, e o que aconteceu há um ano, quando fizemos uma assembleia e logo depois fomos para a prefeitura buscar respostas para a pauta, que continua a mesma, sobre a reformulação do plano de carreira, pagamento do reajuste, que no ano passado era de 33% só deu 5%, e esse ano é 15%, mas até agora não teve resposta nenhuma, alteração de carga horária de professores e mudança de referência de professores que estudam, fazem especialização, mestrado e doutorado, e tem professores que têm três anos ou quatro sem mudar a referência.”
Marlede Oliveira informou que apesar das insistentes tentativas de diálogo com a secretaria, não há resposta para as reivindicações.
“Então viemos à secretaria cobrar uma resposta. A secretária não nos atendeu ainda, diz que vai marcar uma conversa com o prefeito, mas não sabemos e não teve uma audiência ainda com o sindicato para ter uma resposta da nossa pauta. Fomos no ano passado marcar uma audiência com o prefeito e recebemos spray de pimenta e cacetetes, daí para cá, conversamos com a professora Anaci Paim, mas ela não tem respostas. Ela está sentada na cadeira de secretária e não tem resposta de nada.
Temos 14 itens da nossa pauta, a cada 15 dias passamos ofício, passamos mensagens para ela e não nos dá resposta”, enfatizou a professora.
Conforme a sindicalista, vários municípios já estão dialogando o reajuste salarial para os professores, porém em Feira de Santana até o momento nada foi sinalizado.
“Feira de Santana tem recursos, tem muito dinheiro, esse ano serão quase R$ 300 milhões que a prefeitura vai receber dos recursos do Fundeb, e fazem o que com esse dinheiro que não dão reajuste aos professores? Todos os municípios dão, e ontem mesmo o prefeito de Santa Bárbara divulgou o reajuste de 15%. Vários prefeitos já estão resolvendo, pois já está em março e aqui nem sequer sentamos para discutir. O governador já chamou e a APLB está lá negociando e ele falou que já vai dar agora em abril retroativo. Mas aqui em Feira, infelizmente, é dessa forma que o governo tem tratado a educação. Não adianta dizer que vão consertar uma escola, deixar bonita, pintar, e os professores e funcionários são desvalorizados”, destacou a professora.
Ainda segundo Marlede Oliveira, a prefeitura continua pagando os salários parcelados.
“Também quero fazer uma denúncia que o salário foi depositado na conta parcelado, sendo que tem decisão judicial do dia 25 de agosto do ano passado, falando que o prefeito não pode pagar dessa forma, mas continua. Saiu uma parte hoje e outra não. Mais de mil professores, dos 2.300 recebem os salários parcelados. O juiz já disse que vai criminalizá-lo. Tem 15 dias que saiu uma nova decisão, e hoje está pagando parcelado novamente.”
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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