Dilton e Feito
Depois de polêmica com Mantega, aliado de líder do PTB perde cargo
Ele deixa a companhia após seu padrinho político, o líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), envolver-se numa polêmica com o ministro Guido Mantega (Fazenda) sobre a indicação do ex-presidente da Casa da Moeda
O presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Evangevaldo Santos, anunciou nesta sexta-feira que pediu demissão do cargo à presidente Dilma Rousseff. Ele deixa a companhia após seu padrinho político, o líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), envolver-se numa polêmica com o ministro Guido Mantega (Fazenda) sobre a indicação do ex-presidente da Casa da Moeda, demitido há duas semanas por suspeita de envolvimento em esquema de corurpção. Jovair sustenta que a indicação foi do ministro, enquanto Mantega diz que foi do deputado, o que levou a oposição a pedir a convocação do ministro para se explicar. O PTB deve perder o cargo para o PMDB. O ministro Mendes Ribeiro (Agricultura) trabalha para fazer João Carlos Bona Garcia o novo presidente da Conab. Atualmente, Garcia é diretor financeiro da empresa, indicado pelo próprio ministro. Além da diretoria financeira, o PMDB tem outras duas diretorias no órgão e o PT, uma. Em nota, Santos afirma que "pretende colaborar" com a campanha de Jovair à Prefeitura de Goiânia, mas não justifica a razão da sua saída da empresa. A Folha apurou que um relatório da CGU (Controladoria Geral da União) apontou problemas na Conab, mas não o responsabiliza. Ele assumiu a pasta em março do ano passado. O líder do PTB afirmou que não se trata de retaliação e que já indicou ao governo nomes para substituir o presidente da Conab. "Garantia de que o governo vai escolher a minha indicação não tem, mas existe um compromisso. Tenho feito minha parte, mais ajudado o governo do que o governo tem me dado atenção." Ele afirmou que a saída de Santos é porque "ficou chato" todo dia o ministro Mendes Ribeiro (Agricultura) dizer que vai substituí-lo. "É uma situação complicada." A Conab, vinculada ao ministério, teve o nome envolvido em escândalo que ajudou a tirar do ministério Wagner Rossi. Na época das denúncias, reportagem da Folha revelou que a estatal se tornou um cabide de empregos para acomodar parentes de líderes políticos do partido do ex-ministro, o PMDB. Uma auditoria da CGU também apontou irregularidades na administração da companhia. Após assumir a pasta, o ministro Mendes Ribeiro anunciou que faria mudanças no órgão.
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