Integrantes do Comitê contra a Tuberculose em Feira de Santana participaram da sessão da Câmara de Vereadores, nesta quinta-feira (23), para pedir mais apoio dos vereadores no combate à doença no município.
A ação do comitê também faz parte da comemoração pelo Dia Mundial da Tuberculose e visa chamar a atenção para os números da doença no município, o tratamento e também as necessidades enfrentadas pelos pacientes em situação de vulnerabilidade.
A enfermeira Yaná Guimarães, que é professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), chamou a atenção dos parlamentares para a suspensão do programa municipal de doação de cestas básicas a pacientes carentes diagnosticados com a tuberculose e que recebem tratamento na rede pública.
“Os pacientes em tratamento do controle da tuberculose, aqueles mais carentes, recebiam no passado uma cesta básica, porque a cura da doença não vem só com a medicação, precisa também de uma alimentação contínua. As medicações dão muita fome e precisa dessa associação. A tuberculose é uma doença que está diretamente relacionada à pobreza. Desde 2019, que os pacientes não estão recebendo as cestas e nós estamos aqui na Casa da Cidadania, porque os vereadores têm emendas impositivas e muitas vezes podem não estar direcionando essas emendas para as reais necessidades do município, que é a aquisição dessas cestas básicas para serem doadas aos pacientes de tuberculose em extrema carência e não têm condição de fazer o tratamento”, alertou Yaná Guimarães, em entrevista ao Acorda Cidade.
Ela informou que dentro do programa de tratamento da tuberculose existe hoje um total de 172 pacientes, e muitos deles precisam de apoio com a alimentação. “50% deles, mais ou menos, precisam dessa ajuda, porque senão não conseguem continuar o tratamento e a medicação é tomada diariamente”, ressaltou.
A enfermeira Gilka Lessa Miranda, que é referência técnica da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Viep), do programa de tuberculose, explicou como a população pode buscar o tratamento ofertado pelo município.
“Nós temos o programa implantado no município. Todas as unidades de saúde da família são capacitadas para fazerem o diagnóstico precoce da tuberculose, e temos o centro de referência, onde a gente faz o atendimento primário e secundário da doença. O município disponibiliza o diagnóstico e o tratamento, que é garantido pelo Ministério da Saúde com as medicações, e o município arca com os recursos humanos e as instalações físicas”, informou Gilka Lessa.
Transmissão e sintomas
Conforme a enfermeira referência da Viep, a tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pela micobactéria bacilo de Koch.
“Ela é transmissível, mas quando se inicia o tratamento, 15 a 30 dias após o início das medicações, ela não transmite mais. Se o paciente fizer o tratamento correto durante 6 meses, ele fica curado. A tuberculose tem cura, agora é necessário que a pessoa use as medicações, que são antibióticos específicos fornecidos pelo Ministério da Saúde. Ninguém consegue comprar a medicação, porque é distribuída gratuitamente, e o tratamento dura seis meses”, orientou.
O principal sintoma da tuberculose é a tosse, pois o bacilo tem preferência pelos pulmões, destacou a profissional de saúde.
“Essa tosse é persistente, e se a pessoa não investigar vai se agravando cada dia mais e começa a apresentar falta de ar, falta de apetite, cansaço fácil e sudorese noturna. O contágio se dá através da fala, do espirro e da tosse. Quando alguém está com a tuberculose pulmonar positiva, quando fala, espirra ou tosse elimina no ar gotículas com a micobactéria. O bacilo fica nos pulmões e é necessário que haja esse esforço para eliminar esse bacilo”, esclareceu Lessa.
A enfermeira enfatizou ainda que a tuberculose é registrada em todos os bairros de Feira de Santana, porém em alguns bairros a incidência é maior.
“No Aviário, em 2022, foram 19 casos, destes treze estão dentro do presídio regional. O Conjunto Penal tem toda a infraestrutura, o programa foi implantado lá e eles, quando descobrem o caso, iniciam o tratamento e isolam o paciente”, disse.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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