Desde que assumiu a pasta da Saúde em janeiro deste ano, após a vitória de Jerônimo Rodrigues para governador da Bahia, a secretária de saúde, Roberta Santana, tem como principal desafio da sua gestão reduzir a fila de regulação dos hospitais, um dos principais gargalos do governo do PT em seus 16 anos à frente do poder no estado.
Em Feira de Santana, na manhã desta segunda-feira (20), para inauguração da ampliação do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), Roberta Santana pontuou, em entrevista ao Acorda Cidade, que faz parte do quadro da saúde desde outubro de 2019 na Bahia. Informou que atuou como chefe de gabinete e também diretora-geral da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), ressaltando sua trajetória profissional.
A secretária reconhece que há desafios pela frente, mas, em sua opinião, houve muitos avanços na saúde dos baianos.
“Estamos falando de um projeto de 16 anos, uma condução, e mais de R$ 67 bilhões investidos em obras e melhorias na área da saúde. Durante a eleição, um tema bastante quente foi a regulação, e eu queria desconstruir um pouco disso, pois tenho visto muitas pessoas falarem que vão acabar com a regulação e a fila da regulação. Preciso dizer que neste sistema existe um grupo de quase 209 médicos que ficam hoje em uma central. São 25 médicos de plantão todos os dias durante o dia e 15 à noite, trabalhando no sistema o tempo todo. Precisamos desconstruir essa ideia, pois existe um grupo de profissionais, enfermeiros, médicos, auxiliares, que fazem essa análise detalhada de todos os pacientes que entram na tela da regulação. Então não é uma coisa que podemos falar que vamos acabar”, apontou a secretária.
Segundo Roberta Santana, a regulação surgiu para trazer mais equidade entre os pacientes, para que pelo critério técnico e médico seja possível regular a vaga compatível com cada paciente.
“O que a gente precisa é avançar e qualificar o acesso, sem dúvida, trabalhar em procedimentos e ampliar a rede. Isso tem sido feito. A gente sabe a quantidade de hospitais que foram construídos durante todo o ano passado, e vou citar aqui em Feira de Santana o Clériston II, que entregamos em 2020 e quem fez a montagem do hospital fui eu, quando estava na diretoria-geral, então participei de todo esse processo, mais a policlínica de prevenção. O estado já empregou R$ 116 milhões desde quando assumimos na regulação. Contratamos mais 26 médicos para atuar na central já agora com professor Jerônimo”, informou.
Ela destacou que entre as ações do atual governo, também foi implantado o tratamento de oxigenoterapia, para permitir que pacientes crônicos que estão nos leitos dos hospitais e precisam de apoio de oxigênio, possam ir para casa, com acompanhamento de múltiplos profissionais.
“Hoje são 5 mil pessoas atendidas por esse programa e ampliamos isso, com mais um investimento de R$ 26 milhões que estão contidos dentro dos R$ 116 milhões. Outra ação importante que fizemos recentemente foi o cofinanciamento das sessões de hemodiálise, pois tínhamos 132 pacientes nos leitos de hospital que poderiam estar fazendo o procedimento no conforto da casa, poderiam estar sendo acolhidos pelas suas famílias e indo às clínicas, mas havia um pleito dos prestadores de fazer um reajuste do valor da sessão e o governador assumiu isso pela tabela SUS (Sistema Único de Saúde). O valor era R$ 218 e ele deu um aporte de R$ 54, e hoje voltamos a ter hemodiálise. Tiramos essas pessoas que estavam internadas para que dessem vaga para outros. Outra coisa que a gente investiu foi em suporte avançado para aumentar a rapidez no transporte dos pacientes entre as unidades de regulação”, elencou.
Contratação de leitos
Entre as melhorias ao sistema, a secretária de saúde ressaltou a importância da contratação de leitos, em diversas especialidades.
“Nós temos leitos por especialidade. Às vezes, um determinado paciente precisa de um leito vascular, e o que está disponível é cardiológico, então não pode ser de um leito para outro, tenho que saber exatamente qual o tipo de especialidade que ele precisa.”
Em Feira de Santana, por exemplo, houve recentemente a contratualização de leitos do Hospital Dom Pedro de Alcântara (HDPA), que é administrado pela Santa Casa de Misericórdia.
“Estive há um mês aqui e contratamos leitos para cateterismo e leitos de UTI (Unidade Terapia Intensiva), que não tinha, e conseguimos credenciar. Hoje o Dom Pedro faz e são 130, salvo engano, no mês, que a gente consegue realizar por um aporte do estado. Outro ponto são as cirurgias ortopédicas, que são outro gargalo, e nós já contratualizamos com o Hospital Dom Pedro e esta semana estive conversando com o HTO (Hospital de Traumatologia e Ortopedia) para vermos a possibilidade de ampliação dos serviços de ortopedia na rede privada. Estamos evoluindo, nos reunimos essa semana, e há possibilidade de a gente contratar leitos de ortopedia, vascular e clínica médica, que são as três grandes frentes de demanda da fila da regulação em Feira de Santana”, anunciou a secretária de saúde do estado.
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