Fechada desde o final de 2019, a Biblioteca Municipal Arnold Ferreira Silva continua em processo de reforma e ampliação. A Fundação Egberto Costa é a entidade responsável por administrar o local, e desde que se iniciaram as obras, o acervo foi transferido provisoriamente para um prédio em frente à sede. A expectativa é que a obra seja finalizada até o segundo semestre deste ano.
Frequentador da Biblioteca Arnold Silva há muitos anos, o professor Juliano Xavier recordou, em entrevista ao Acorda Cidade, como era a situação do local antes de ser fechado para reforma. Na opinião dele, a estrutura era precária e inadequada para receber os estudantes.
“No espaço anterior, a precariedade e a falta de prioridade já se sentia. Então se compararmos o que havia lá com uma biblioteca padrão, ideal para pesquisa, para estudo, para fomento da leitura, do livro, aquele espaço já era inadequado, muito ultrapassado. Isso reflete a questão de prioridade. Qualquer coisa que tenha acontecido com relação à biblioteca, suas instalações e o seu funcionamento adequado, reflete a perspectiva, a postura da autoridade com relação a esse aspecto”, criticou o educador.
Ele também criticou a estrutura do espaço onde funciona a biblioteca atualmente e afirmou que o acervo é antigo, necessitando ser renovado.
“Quero aproveitar para dizer que não há investimento em livros, em incentivo à leitura, não existe nada relacionado a fomento à pesquisa. Geralmente, os livros que são disponibilizados aqui são antigos, estão se decompondo, não existe trato para com o livro. Quando eu estou aqui, geralmente, vejo pessoas chegarem e doarem livros. São livros usados, antigos, já com anos de uso, que não querem mais em casa e trazem para a biblioteca porque acham que aqui vai ter espaço, mas não existe aquela recomendação profissional, de necessidade, de conhecimento, de levantamento de área para se compor uma estante de biblioteca”, destacou o professor.
A chefe de gabinete da Fundação Municipal Egberto Tavares Costa, Cleane Oliveira, informou em entrevista ao Acorda Cidade que a demora em completar a obra da Biblioteca Municipal se deu por conta da pandemia e falta de recursos.
“Primeiramente, quero esclarecer que as críticas são por conta da demora de quase três anos, sendo que neste período, dois anos vivemos a pandemia, e todos os recursos, tudo estava direcionado a ela. Então houve problemas aqui com licitação, por conta da primeira planilha que foi feita, houve invasão de vândalos, que sempre estavam depredando, e a gente teve que refazer. Tivemos que refazer a planilha duas vezes, mas é com muita alegria que eu falo que algumas coisas foram acrescentadas. Vamos ter novos banheiros com acessibilidade, com elevador, uma área de convivência, um café, uma praça com internet, a tudo isso nosso secretário Denilton Brito está muito atento e vamos entregar um equipamento completamente novo, repaginado, mas ainda com a cara da Biblioteca Arnold Silva, que é um símbolo para Feira de Santana”, comunicou a chefe de gabinete.
Ela ressaltou que devido às mudanças no projeto original da reforma, o valor da obra já ultrapassou R$ 1 milhão.
“Decidimos que tinha coisas que precisavam ser aumentadas. Por exemplo, o número de banheiros era insuficiente, a acessibilidade dos banheiros também estava comprometida, então a gente fez essa adequação, para melhor servir à comunidade. A previsão de entrega da obra é de seis meses. A gente está nesta luta, essa batalha, andando com outras licitações que correm em paralelo, como aquisição de mobiliário, então a gente pretende no próximo semestre entregar muito bem equipada a Biblioteca Municipal Arnold Silva”, anunciou.
No primeiro andar da biblioteca, há uma divisão de alvenaria, entre a subida e os salões do prédio. Segundo Cleane Oliveira, será necessário revitalizar este espaço, que faz parte do patrimônio histórico de Feira de Santana.
“Nós temos aqui, por exemplo, um quadro com pinturas de Margarida Ribeiro, então obviamente faz parte da nossa história e com muito prazer vamos ter o maior carinho em revitalizar, colocar talvez algumas iluminações de LED para que seja melhor aproveitado pela nossa população. Fizemos uma redivisão para melhor distribuição de tarefas, a gente repensou o espaço para ficar mais funcional. Vamos ter algumas mudanças e com certeza vamos agregar, porque nossa Fundação é de tecnologia e vamos trazer mais interatividade para a biblioteca de Feira de Santana”, disse.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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