Feira de Santana

Com fratura no fêmur, idosa de 83 anos aguarda há mais de 10 dias por cirurgia

A paciente deu entrada na emergência do hospital, após escorregar em sua residência.

Idosa Laura Maria de Jesus_ paciente HGCA_ Foto Ed Santos_Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Internada desde o dia 11 de fevereiro, no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, a idosa Laura Maria de Jesus, de 83 anos, sente fortes dores e aguarda por uma cirurgia. A paciente deu entrada na emergência do hospital, após escorregar em sua residência e quebrar o fêmur, sendo socorrida para o local por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

De acordo com a neta da idosa, a trabalhadora autônoma Jamilla do Carmo da Silva, de 38 anos, a avó não tinha problemas de saúde pré-existentes, mas devido ao longo tempo de espera e ao fato de não poder se mover na cama hospitalar está desenvolvendo feridas nas costas.

“Ela não é diabética, não é hipertensa, mas todo dia a gente vai ao setor da enfermaria, já procurei a assistente social, e diz que tem que sair um mapa, uma lista com a relação das pessoas que vão fazer cirurgia. Fui na última segunda-feira, não estava, fui na terça não estava, e quando foi hoje a enfermeira me disse que nem saiu, nem tem expectativa, não tem uma previsão de quando vai sair. As costas dela estão feridas, ela está no colchão casca de ovo, mas já feriu”, relatou Jamilla do Carmo ao Acorda Cidade.

Angustiada com a demora do Hospital em realizar a cirurgia da avó, Jamilla do Carmo fez um apelo à direção do HGCA, aos profissionais de saúde e às autoridades para que tenham mais empatia e se solidarizem com a saúde dos idosos.

“Ela tem 83 anos, então é a maior dificuldade que a gente está tendo. Peço às pessoas, ao hospital, que tenham empatia, os responsáveis com a saúde pública, que tenham mais empatia com a vida de nossos idosos, porque passaram a vida toda, viveram, contribuíram, e agora a sensação que eu tenho, que a família tem, é de impotência, como se essas pessoas fossem insignificantes para a sociedade, porque já tem 83 anos e parece que não é viável fazer a cirurgia.”

Falta de materiais

Jamilla do Carmo contou ao Acorda Cidade, que recebeu a informação de que, além da grande demanda, também faltam materiais na unidade hospitalar para realização de cirurgias.

“Segundo comentários que a gente ouve aqui, mas nenhuma informação concreta, é que faltam materiais para cirurgia. Ela precisa de uma prótese, e o que fiquei sabendo pelo pessoal daqui da área de saúde é que não tem essa prótese, não tem material. Minha avó fica o tempo todo deitada, em uma única posição, o médico ortopedista que avalia ela, que acompanha todos os dias, diz que não pode em hipótese nenhuma ela movimentar a perna esquerda, que é a que está fraturada, então é uma dificuldade, ela grita nas trocas de fralda, na hora do banho, porque sente dores fortíssimas.”

Segundo a neta, a paciente está impossibilitada de se virar na cama ou se mexer, e é por isso que as costas dela estão cheias de ferimentos.

“Estou sempre procurando a assistente social de plantão, procuro saber quem é a enfermeira chefe, pergunto aos médicos, mas eles respondem que não tem previsão de cirurgia. Eles respondem que a gente tem que aguardar, que a fila e a demanda é grande. Ela está lúcida, apesar de Alzheimer, demência, mas conversa normalmente, sente as dores, fala onde está doendo. Como eu disse, não tem nenhum problema de saúde, nada que impossibilite de estarem encaminhando ela para fazer essa cirurgia.”

O Acorda Cidade entrou em contato com a Sesab e aguarda retorno.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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