Na manhã desta quarta-feira (22), centenas de fiéis participaram da missa de celebração da Quarta-feira de Cinzas, na Paróquia Santo Antônio dos Frades Capuchinhos, situada na Avenida Presidente Dutra, no bairro Capuchinhos, em Feira de Santana.
A celebração religiosa marca o início da Quaresma, um período de 40 dias, que se inicia hoje e vai até o dia 6 de abril este ano, segundo calendário Católico, em que os cristãos católicos se abstém do consumo de carnes, praticam o jejum e a oração, como preparação para a Páscoa.
A manicure Neide Santana considerou que a missa foi um momento de benção e de pedir a proteção de Deus para si e para a família. “É uma benção. Pedi ao Senhor Jesus que nos abençoe, nos proteja e nos livre de todo o mal. Todo ano eu participo. Estou há mais de 50 anos aqui na Paróquia.”
Para a fiel Hortência dos Santos Leite, a Quaresma é um ato de penitência, o começo de um período de arrependimento.
“É um ato de penitência, é um começo, que nós tomamos posse de fazer. Como o padre falou, não é só hoje, a gente tem que continuar, procurando nessa Quaresma mudar alguma coisa de errado que tem em nossa vida, fazer algo pelos nossos irmãos que estão precisando.”
O Frei Nativo dos Santos que conduziu a missa nesta manhã destacou que hoje é um dia de jejum, oração e silêncio entre os fiéis, para a prática da comunhão com Deus.
“Os que participaram da missa vão para casa, passar esse dia tranquilo, em silêncio, que hoje é dia de jejum, de fazer as práticas religiosas, buscando o arrependimento dos seus pecados e buscando também a comunhão com Deus, através da oração e desse clima de paz. A Quarta-Feira de Cinzas é a abertura da semana quaresmal. Depois que termina a festa do carnaval, inicia-se a semana da Quaresma, que é a prática religiosa que os cristãos fazem, recordando a caminhada dos 40 dias de penitência de Jesus, os 40 anos da caminhada pelo deserto, então a igreja celebra rememorando esse momento da Sexta-feira Santa, da Paixão, mas sobretudo da ressurreição do Senhor, e a igreja pratica esses exercícios espirituais para colocar o povo cristão em comunhão com Deus através da penitência, recordando toda a trajetória de Jesus na Via Crucis”, relatou.
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O sinal das cinzas
Segundo o frei capuchinho, o sinal das cinzas colocado na testa dos fiéis significa o arrependimento.
“O evangelho diz: ‘convertei-vos e crede no evangelho’. Outra frase também é usada: ‘Do pó viemos e para o pó voltamos’, recordando exatamente o texto bíblico. Nós viemos do pó, somos matéria, e para o pó voltamos, por isso devemos ter essa consciência de que nós, cristãos, temos que viver sempre olhando para o ensinamento do nosso Senhor, para o evangelho, para que possamos sempre buscar o arrependimento e recordar que não somos nada.”
O Frei Nativo lembrou aos fiéis que as pessoas estão aqui peregrinando e a morada é eterna. Mas ressaltou também que além das práticas religiosas, os cristãos precisam também praticar a caridade, a misericórdia e a piedade para com o próximo.
“Portanto, o costume da igreja em usar as cinzas implica no texto do profeta Joel, que diz que o pessoal da Israel, os fariseus, os doutores da Lei sempre faziam essa prática religiosa, para mostrar a penitência de conversão, e cobriam suas cabeças com cinzas, vestiam roupas de sacos, para dizer que estavam jejuando, contritos ao Senhor, mas na verdade o evangelho os chamou de hipócritas, porque eles viviam esses costumes entre eles, mas faltava a misericórdia, a piedade, a caridade cristã para com os outros era difícil eles viverem, e puseram muito peso, muitos fardos nas costas dos seus contemporâneos, enquanto eles viviam nas suas liberdades. Então nós precisamos recordar exatamente que temos que nos converter, se reconhecermos que somos pó, viemos do pó e a ele voltamos, então Cristo é nossa salvação.”
O arrependimento é o ato de levar sobre si a sua culpa, o seu pecado. “Cada um sabe das suas culpas, o que nós chamamos de pecados. Todo pecado é uma ofensa a Deus, logo se ferimos o coração do nosso Deus, precisamos buscar o arrependimento e a reparação dos nossos pecados.”
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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