Neste sábado (18), é celebrado o Dia de Combate ao Alcoolismo, uma oportunidade para conscientizar a população acerca da doença e dos prejuízos causados por ela.
Em Feira de Santana, existe o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS-AD), onde são oferecidos serviços de saúde voltados ao atendimento de pessoas com sofrimento psíquico ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras substâncias, e que se encontram em situações de crise ou em processo de reabilitação psicossocial.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a coordenadora da unidade, enfermeira Mariana Rios, informou que atualmente, mais de nove mil pacientes estão matriculados no Centro.
“Hoje nós temos uma média de 9.159 pacientes matriculados aqui no Caps-AD. Sabemos que a procura pelo atendimento é maior pelo sexo masculino, justamente porque o homem tem a tendência de ser mais usuário de álcool do que a mulher. Então temos uma média entre 60 até 70% dessa procura, devido ao uso abusivo do álcool por parte dos homens”, disse.
De acordo com Mariana Rios, o uso excessivo do álcool pode elevar riscos para a saúde humana.
“Quando se faz o uso do álcool, isso interfere e mexe no neurotransmissor, chamado de serotonina, que também é conhecido como hormônio da felicidade e que traz uma sensação de bem-estar, mas da mesma forma, atinge o processo da tristeza, no que pode desencadear a depressão. No primeiro momento do uso do álcool, existe aquela sensação de relaxamento, mas vale ressaltar que o álcool é uma droga depressora, que deprime o sistema nervoso central”, informou.
Como buscar atendimento no Caps?
Segundo a coordenadora da unidade, o Caps é porta aberta, onde as pessoas procuram pelo atendimento de forma espontânea.
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“A Caps fica localizado aqui na Rua Paris, nº 41, bairro Santa Mônica. Atendemos os munícipes de Feira de Santana. Para isso, é necessário a apresentação da xerox da identidade, cartão do SUS e comprovante de residência. Qualquer pessoa, por livre espontânea vontade, pode nos procurar aqui de segunda a sexta, sempre das 7 às 18h, com exceção da quarta-feira pela manhã, que é o período onde toda a equipe participa de uma reunião administrativa. Então, basicamente, nós temos três situações, como demanda espontânea, encaminhada ou quando a família desta pessoa nos procura. Infelizmente, o alcoolismo também afeta a família, como casos de violência doméstica, além também do ambiente de trabalho, porque este sujeito começa a faltar na empresa, começa a chegar tarde no trabalho, porque no dia anterior, ele estava bebendo. Então a gente faz o acolhimento desta família, mas é primordial que esta pessoa tenha a vontade própria de buscar os serviços”, destacou.
Tratamento
De acordo com Mariana Rios, a unidade é composta por uma equipe multidisciplinar.
“Nós temos uma equipe multidisciplinar, que possui este cuidado na atenção biopsicossocial e espiritual, ela não é apenas centrada na figura médica, no poder do médico, no poder do medicamento. Nós temos profissionais qualificados para fazer a psicoterapia, que é uma terapia psicológica, temos uma assistência social, um pedagogo, educador físico, além das atividades em grupo como as oficinas que são realizadas. Então além da figura do médico, além da figura do medicamento, ainda temos um tripé muito importante, que é este cuidado através destas ações que são pertinentes dentro do tratamento”, afirmou ao Acorda Cidade.
Segundo a enfermeira, o alcoolismo não é considerado apenas para aquela pessoa que bebe todos os dias, mas também, para aquela pessoa que apenas bebe nos finais de semana, mas exagera no consumo.
“Nós identificamos uma maior vulnerabilidade por parte das mulheres com relação ao consumo do álcool também, e muitas vezes, até pelo fato de ter um porte físico menor do que o homem, uma quantidade de gordura menor do que o homem, essa mulher acaba adoecendo mais rápido. É importante destacar que em cada três brasileiros, pelo menos um é usuário do álcool e, muitas vezes, existem aquelas pessoas que só consomem bebida alcoólica nos finais de semana e dizem que não são dependentes, porém não é a quantidade de dias em que se consome a bebida, mas sim, a quantidade deste consumo, como uma pessoa, por exemplo, passar de segunda até quinta sem beber, mas na sexta, no sábado e no domingo chega a beber três caixas de cerveja. Eu, por exemplo, não bebo, mas se eu beber na primeira vez, irei sentir uma sensação de relaxamento, na semana seguinte, irei beber novamente, mas o meu sistema nervoso não entendeu que a mesma quantidade que consumi já pode me causar um relaxamento, então irei consumir uma dose maior comparada à outra semana, para ter este relaxamento”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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