Os professores selecionados por meio do Regime Especial de Direito Administrativo (REDA), convocados a partir do mês de março de 2022, pela Prefeitura Municipal de Feira de Santana, relataram nesta quinta-feira (2), em entrevista ao Acorda Cidade, o descontentamento relacionado à baixa carga horária que possuem para cumprir suas atividades.
O professor Michel Nolasco contou que foi contratado pela prefeitura e que até o momento não está tendo o seu direito garantido.
“Temos os mesmos direitos e deveres de um professor efetivo. Isso é o que a Lei Federal nº 11.738 nos garante que é ter 1/3 de carga horária extraclasse que é para fazer planejamento, fazer correções de provas, reuniões, fazer o planejamento dos nossos educandos e nós não tivemos esse direito garantido desde quando tivemos a primeira convocação em março. Vai fazer quase um ano que não estamos tendo esse direito. Estamos com apenas duas horas de carga horária e foi dado a gente esse direito que nos garante essa reserva de carga horária. A secretária de educação, Anaci Paim disse que não vai dar essa reserva de carga horária para nós professores desse último Reda”, informou.
Segundo a categoria, são 600 professores de Reda na mesma situação.
“Nós, professores do Reda, executamos o mesmo trabalho de um professor efetivo, temos as mesmas responsabilidades, mas com duas horas apenas para realizar o trabalho restante. O professor precisa de tempo para que o trabalho seja executado com qualidade e a nossa situação chega a ser desumana. Nós estamos assumindo sala de aula, e não só uma turma. Tem professores que estão assumindo às vezes quatro turmas de 1º, 2º e 3º ano e isso não tem a menor possibilidade. E com a divulgação do calendário de 2023, a gente vai trabalhar nos sábados e esse peso vai recair todo sobre nós, vai ficar muito complicado. Não tem a menor possibilidade da gente assumir esse tipo de responsabilidade. E estamos sem receber”, disse a professora Patrícia Cerqueira contratada por meio do Reda.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a professora Fabiana Moraes também expôs o seu descontentamento.
“Da Educação Infantil ao Ensino Fundamental não temos tempo para planejar. E na Rede Municipal a gente tem muitos alunos com transtornos e deficiências então a gente precisa elaborar material diferenciado para atender essas crianças. O prefeito quer cobrar da gente o Ideb, mas a gente não tá tendo condições de planejar, porque a gente tem que abrir mão de diversos recursos para fazer com que as crianças nos acompanhem, então fica só para ‘inglês vê’, porque com duas horas não dá para alimentar sistema, planejar, replanejar e readequar material para essas crianças”, pontuou.
O Acorda Cidade entrou em contato com Secretaria de Educação de Feira de Santana e aguarda retorno.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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