Feira de Santana

Zé Neto diz que irá reclamar no MP falta de ações municipais na área da saúde em Feira

Segundo deputado, a saúde em Feira está um caos.

Superlotação na Upa do Clériston
Foto: Ed Santos Acorda Cidade | Superlotação da UPA do HGCA2 seria reflexo da falta de assistência básica no município, diz Zé Neto

Após publicar um vídeo nas redes sociais, afirmando que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Geral Clériston Andrade está superlotada em virtude da desassistência do governo municipal à saúde em Feira de Santana, o deputado federal José Neto declarou que levará as denúncias ao Ministério Público da Bahia (MP), para que sejam adotadas providências contra o governo do prefeito Colbert Martins.

Em entrevista ao Acorda Cidade, na manhã desta quarta-feira (1), Zé Neto elencou uma série de situações que, segundo ele, contribuem para a saúde municipal se tornar um caos e pacientes que deveriam receber atendimento em Upas, policlínicas e demais unidades públicas do município recorrem à Upa e ao hospital do estado, destinados a atenderem alta complexidade.

“Em verdade, quando o prefeito deixa de pagar desde outubro o Ceparh, ele está contribuindo para que não haja combate ao câncer e que mulheres com a doença não tenham assistência. Há uma desassistência hoje no município. Infelizmente, nós temos um prefeito médico, que é o pior prefeito da história da saúde de Feira de Santana. E ele, ao não dar assistência, é obvio que as pessoas que tenham alguma enfermidade e precisam de algum cuidado vão parar no hospital. Ele também não está pagando a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), e lá também tem assistência médica, não tem assistência ambulatorial”, afirmou o deputado.

Segundo Zé Neto, o prefeito Colbert Martins também encerrou o contrato para manter 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Hospital Dom Pedro, além de anteriormente ter fechado o Hospital de Campanha, que poderia ter sido aproveitado como Hospital Municipal.

“Ele não tem atendido as necessidades do Dom Pedro, E aliás aqueles 10 leitos de UTI houve uma polêmica lá atrás sobre o fechamento do Hospital de Campanha, que foi um absurdo, um crime contra a cidade, um hospital pronto, com 20 leitos de UTI, 10 respiradores que foram do estado, tinha um tomógrafo, que hoje custa R$ 1,6 milhão com a instalação, e ele fechou o hospital. Naquela unidade tinha R$ 3,5 milhões de emenda que foi minha, depois botei mais R$ 800 mil, o estado passou mais de R$ 1 milhão de insumos para aquele hospital, nós ajudamos, e ele fechou o hospital, dizendo que iria contratar 10 leitos novos de UTI no Dom Pedro, contratou por cinco ou seis meses e não pagou, só pagou depois que reclamamos várias vezes com um abatimento de mais de 40%. O que acontece é que o Dom Pedro também está desassistido por ele, porque além de não ajudar o Dom Pedro, tem cortado vários convênios na parte de cardiologia”, denunciou.

Conforme o deputado Zé Neto, o governo do estado está ajudando a manter o Dom Pedro, contratando cirurgias e com novos equipamentos.

“O estado está contratando para o Dom Pedro fazer mais cateterismos, porque o município não contratou. A unidade estava sem raio-x e fomos nós que colocamos, inclusive por emenda minha, um Arco C para fazer cirurgias e estamos colocando o segundo agora por emenda. O estado está ajudando com convênios para cirurgias ortopédicas e eletivas, e isso para dizer que essa desassistência do município é que gera uma demanda absurda na UPA do Clériston, que recebeu agora 70 novos leitos e acabou de receber uma ressonância. Todos os investimentos estão sendo feitos, mas vamos ficar enxugando gelo se não houver ações do município, que é segundo maior da Bahia.”

Zé Neto salientou que a maioria dos pacientes que se dirigem ao hospital geral têm doenças crônicas, que deveriam ter sido ser cuidadas pela assistência básica do município.

“As pessoas estão tendo infartos sem assistência médica, estão tendo derrames, aumentou três vezes o número de amputações de pés diabéticos, porque o prefeito, que é médico, não tem dado a assistência. A saúde de Feira está um caos, e deveria ter transparência para mostrar o que está sendo feito com os recursos públicos, principalmente os investimentos de média complexidade e baixa, já que infelizmente a nossa cidade é a única do Brasil com mais de 500 mil habitantes que não tem um hospital geral municipal. Não podemos fazer com que diferenças políticas e pessoais tirem dos nossos mandatos a missão de cuidar da nossa gente. Estou encaminhando para o Ministério Público outras reclamações e espero que o promotor Audo Rodrigues tome uma providência no sentido de mostrar que Feira de Santana está desassistida e é isso que amplia e complica a regulação, não só de Feira, mas de toda a região por conta deste prefeito que não dá a assistência devida e disse que não quer conversar com o estado.”

O deputado argumentou ainda que Feira de Santana tem um IPTU alto e recebe um ICMS substancial, que vai agora para quase 2 bilhões do orçamento.

“A saúde gasta quase R$ 50 milhões por mês, e o prefeito não cumpre a obrigação dele dialogar e serenar essa relação dele com o estado e agora com a União. Antes ele estava ligado ao presidente passado e mesmo assim não rodava nada na cidade, que não tem investimento nenhum do outro governo, a não ser uma parte em uma estrada, que desde o governo Dilma foi dada ordem de serviço. E o resto não andava.”

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