Diariamente tem chegado ao Acorda Cidade muitas reclamações sobre dificuldades de atendimento em unidades de saúde do município, devido a falta de materiais e de alguns profissionais. Neste sábado (28), chegou ao Acorda Cidade a situação de superlotação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e de várias ambulâncias no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), aguardando a remoção dos pacientes.
Muitos pacientes e familiares relataram a reportagem que procuraram atendimento na UPA do HGCA porque não conseguiram nas outras unidades. Entre os motivos, a falta de material e de atenção de alguns profissionais.
Um senhor que não quis se identificar e estava acompanhando a esposa contou que esteve com ela na UPA do bairro Queimadinha na quinta e na sexta-feira, mas não conseguiu eficiência no atendimento. Segundo ele, a mulher apresentava fortes dores no rim e não recebeu nem a guia para fazer ultrassom e nem a receita médica.
“Estivemos na quinta-feira na UPA da Queimadinha, ela levou os exames, mas não olharam. Fomos ontem novamente e aconteceu a mesma coisa. Disseram que ela precisava de ultrassom, mas o médico não deu a requisição e liberou. Viemos para a UPA do HGCA hoje e ela ficou internada. Está com pedras nos rins e infecção urinária”, afirmou.
O médico José Luiz, diretor da UPA do HGCA disse ao Acorda Cidade que a unidade está passando por um momento muito difícil. O local tem capacidade para internar cerca de 18 pacientes e já chegou a receber até 50. Segundo ele, a equipe está fazendo o máximo de esforço para atender a todos pela classificação de risco e a realidade é que a UPA está atendendo a uma capacidade de até três vezes mais da sua real condição de assistência.
“Na sala de medicação, local que não é para os pacientes ficarem internados, chegam a ficar até 30 pessoas. A Sesab tem buscado dar encaminhamento aos pacientes para as unidades do estado, mas o que está acontecendo é um absurdo. A maioria das pessoas diz que vem para cá porque não está conseguindo atendimento nas unidades do município e as que conseguiram, relatam que estão sendo encaminhadas, devido a falta de medicamentos nestas unidades”, relatou.
O médico lamentou que há pessoas idosas, pacientes oncológicos que ficam internados na UPA, sentados por longas horas em cadeiras. Ele considerou o quadro de muito pesar e sofrimento.
“Já passamos para a Sesab e alguns já vão para a transferência. Mas meu desespero é não ter onde colocar mais pacientes. É preciso fazer uma intervenção e o município dar a assistência”, afirmou.
Sobre as ambulâncias do Samu que chegam à Unidade, ele comentou que muitas estão indo para o HGCA, que também está ajudando no suporte aos pacientes e na situação da superlotação.
Caroline Andrade enfermeira administrativa da UPA, pontuou que a equipe de funcionários é dimensionada de acordo com a quantidade e leitos e que pelo excesso de pacientes a assistência pode ficar prejudicada.
“Temos que acolher os pacientes e os acompanhantes para pessoas acima de 60 anos que precisam ser acompanhadas. Procedimentos como trocas de sondas e curativos que podem ser feitos em unidades básicas, estão sendo encaminhados para a UPA do HGCA”, frisou.
A reportagem do Acorda Cidade esteve na UPA do bairro Queimadinha e foi informada que o diretor da unidade atende em horário administrativo. A médica de plantão, Rebeca Gama entrou em contato com ele, mas ela não foi autorizada a falar.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram