Feira de Santana

Familiares e amigos se despedem de motorista por aplicativo encontrado morto em Amélia Rodrigues

O sepultamento foi realizado no distrito de Humildes na tarde desta segunda-feira (23).

Sepultamento de motorista de aplicativo
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O corpo do motorista de aplicativo Marcos Oliveira Sampaio foi sepultado no final da tarde desta segunda-feira (23), no Cemitério Paroquial do distrito de Humildes, em Feira de Santana.

Com muita emoção, familiares e amigos se despediram dele que estava desaparecido desde a última sexta-feira (20), quando aceitou uma corrida com destino de Amélia Rodrigues (veja mais aqui).

Em entrevista ao Acorda Cidade, o irmão de Marcos, Márcio Oliveira Sampaio contou que esteve no local onde o corpo foi enterrado ainda na noite de domingo (22), mas somente na manhã de hoje, que foi possível identificá-lo.

Sepultamento de motorista de aplicativo
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Ontem eu estive no local, porém eu fui orientado pelos policiais militares que o local era perigoso, que eu não deveria ir, porém eu não queria sair dali sem resposta, inclusive me disseram que estavam sem guarnição no momento, não poderiam sair com a gente, mas eu fui junto com meu primo. A princípio, meu primo também não queria ir, mas eu disse que se ele não fosse, que eu iria sozinho de qualquer maneira. Chegando próximo ao local, tinha um cidadão e ele correu na hora, ainda fomos atrás, mas eu estava meio que pressentindo algo. Já estava desesperado, e tinha um local com muito mato, folha verde querendo murchar, como se fosse recente, e comecei a cavar ali com a própria mão, tirando as coisas de cima”, afirmou.

Segundo Márcio, quando começou a remover toda a terra, identificou um pedaço de pano de camisa e continuou com as buscas.

“Quando comecei a cavar com a mão, vi que não tinha mais como tirar tanta terra, então pedi uma enxada a um senhor, continuei cavando e encontrei a ponta de uma camisa. Continuei cavando, e logo vi a barriga dele, até que chegou na parte do rosto que estava de lado, e identifiquei que era a barba, mas como estava de noite, não tinha como ver nitidamente todo o corpo. Solicitei o apoio da polícia, mas informaram que só poderia fazer isso pela manhã. Quando foi hoje, retornamos e confirmamos a identidade dele”, explicou.

Segundo Márcio, o irmão foi vítima de disparos de arma de fogo.

“Nós vimos que ele tinha um ferimento na cabeça, acredito que colocaram ele de joelho, e deram o tiro, foi o único local que vimos. Quando encontramos o carro, tinham levado os pneus, chave de roda, perfumes que ele tinha dentro do veículo, e a questão de dinheiro eu não vou saber a quantia exata, até porque como ele rodava pelo aplicativo, não sei se ele teria muito dinheiro em mãos”, disse ao Acorda Cidade.

Foto: Arquivo Pessoal

Notícia para a família

Márcio Oliveira contou que não teve coragem de comunicar a família ainda no domingo pela noite, e decidiu passar a informação apenas na segunda pela manhã.

“Ontem quando encontrei o corpo do meu irmão, eu não consegui dar a notícia para ninguém, cheguei em casa, fiquei dentro do meu quarto, me tranquei pedindo uma orientação a Deus, porque se eu chegasse em casa já dizendo o que tinha ocorrido, minha família iria querer ir no local na mesma hora, sendo que nem a própria Polícia foi. Então deixei para falar somente hoje pela manhã, e não confirmando, apenas dizendo que um corpo tinha sido encontrado, e que tínhamos que ir confirmar se era ele ou não”, destacou.

Também motorista de aplicativo e amigo de Marcos Oliveira, Josiel de Matos presenciou o momento que a corrida foi solicitada, pois a notificação também chegou no seu celular.

“Na sexta-feira por volta de 10h, 10h30 da manhã, nós estávamos parados embaixo da árvore ali próximo do GBarbosa, entre GBarbosa e Rodoviária e em seguida o aplicativo tocou para ele, eu estava com o meu ligado programado sentido Salvador, porque eu gosto muito de fazer este trajeto pelo aplicativo, e tocou esta corrida para ele. Aí Marcos foi e aceitou, custou R$ 51,75. No entanto em seguida, tocou para mim também no valor de R$ 56, porém na outra plataforma. Eu fui para o meu destino e Marcos foi pegar o passageiro dele. Infelizmente aconteceu o assassinato”, contou.

Questionado sobre o motivo de tantos motoristas de aplicativos serem vítimas de assaltos, Josiel também fez uma autorreflexão sobre o caso. Segundo ele, a profissão que mantém o sustento da casa.

“A gente trabalha para sobreviver, nós motoristas de aplicativos trabalhamos apenas para sobreviver. Eu como sou um dos primeiros motoristas observo que a gente não tem dinheiro, nós não somos ricos, nossos carros têm certos momentos que a gente trabalha só para mantê-los, e muitos são até alugados e são aluguéis caros, precisamos amanhecer o dia trabalhando, e no mínimo hoje, o motorista para levar o pão de cada dia, precisa nada mais de 12 a 15 horas por dia trabalhando”, relatou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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Aquela que anceia pela volta de Cristo.

Não bastando roubar tem que matar
Grande peso carrega quem tira a vida de alguém e faz a família conhecer essa dor que é tão duida e castiga a quem perdeu um dos seus.

Fatima

Deus conforte o coração ❤ dessa família

Luiz

Esse homem parece ser muito querido na cidade, onde eu passava, a morte dele era o assunto,todos revoltados, alguém sabe dizer se ele deixou esposa, filhos?

Daniel Cunha de Araújo

A tempo que tenho diversos diálogos com esses profissionais os quais, eu admiro, respeito e considero muito. Sendo os mesmo extremamente prestativos a mim, por dezenas e dezenas de vezes em que sempre precisei e preciso.

Aí sempre conversamos. O do porque, o governo do Estado da Bahia, o que saiu o Rui Costa, nunca criou uma delegacia especializada de repreensão a frutos e roubos a motoristas por aplicativos????

Será que eles não tem valor para as autoridades?

Algo precisa ser feito para proteger esses profissionais. E, não tem que ser conversa bonita enganosa. Tem que ter e ser ação por parte do governo do Estado, e algo permanente. Delegacias Especializadas já , urgentemente, ora ontem .