Uma comissão de trabalhadores terceirizados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Queimadinha, em Feira de Santana, esteve na Câmara de Vereadores, nesta quinta-feira (19), para se manifestar e denunciar o atraso no pagamento dos salários desde dezembro do ano passado.
Eles também cobraram dos vereadores respostas para a falta de pagamento pela empresa InSaúde, da qual são contratados.
De acordo com uma das manifestantes, a diretora da empresa informou aos trabalhadores que, segundo a Secretaria de Saúde, os pagamentos só seriam realizados quando fosse votada a Lei Orçamentária de 2023.
“Somos da UPA da Queimadinha, nos reunimos para vir protestar contra o nosso salário que está atrasado. Fomos recebidos pelo líder do governo, José Carneiro, que nos passou a informação que o prefeito Colbert Martins já teria feito o repasse para a empresa que administra a UPA da Queimadinha, a InSaúde. O prefeito garantiu, pela voz do José Carneiro, que iria mandar esse comprovante de que o pagamento foi feito. O vereador José Carneiro e Colbert têm a postura de que já pagaram a empresa, mas a Secretaria de Saúde tem outra informação. Foi passado para a gente ontem que o nosso salário só seria pago, quando fosse votada a Lei Orçamentária de 2023, mas nós não somos leigos e sabemos que o nosso salário de dezembro nada tem a ver com o Orçamento de 2023”, afirmou a funcionária.
Ela destacou que a direção da empresa alega não ter dinheiro em caixa.
“A informação que nós recebemos foi da diretora da nossa empresa, que a Secretaria de Saúde informou que o nosso salário só poderia ser pago quando fosse feita a aprovação do Orçamento de 2023. A gente não está esperando a aprovação deste orçamento, viemos aqui para buscar uma resposta, pedir socorro, porque nossas contas estão vencidas e nossos filhos estão com fome. O prefeito disse que a prioridade no momento é a fila de regulação, mas essa fila não depende de nós nem do município”, pontuou.
A trabalhadora disse ainda que as férias dos funcionários da UPA também foram suspensas pela empresa.
“Nossas férias foram suspensas desde o ano passado porque, segundo a empresa, não tem dinheiro para pagar os funcionários. A empresa que, infelizmente, a gente tem que aguardar porque está aguardando o repasse. E nós não estamos aqui querendo repasse, queremos solução para nosso salário. Não viemos culpar ou defender o governo, viemos atrás de respostas”, declarou.
De acordo com o vereador Edvaldo Lima, os pagamentos já deveriam ter sido realizados pela empresa, uma vez que os recursos referente aos salários de dezembro e 13º salário fazem parte do Orçamento de 2022 e não de 2023.
“O objetivo da visita deles aqui é para informar que estão sem salários, sem férias, sem décimo terceiro, sem o pagamento dos salários mensais. Eu expliquei que esse pagamento deles não tem nada a ver com o Orçamento do município que estamos votando no dia de hoje aqui. Esse orçamento é para daqui para frente. Esse salário que estão sem receber é do dia 31 de dezembro para trás, e as empresas tinha até o dia 5 para pagar. Infelizmente, a prefeitura não pagou os salários, décimo terceiro, férias, e eles vieram pedir para que a gente possa aprovar o Orçamento, mas este de agora não tem nada a ver com esta solicitação”, explicou o vereador.
Ele garantiu que irá votar pela aprovação do Orçamento Municipal, porém esses recursos não serão destinados para o pagamento de débitos do ano passado.
“Iremos aprovar, e o governo deve utilizar a metodologia correta de contratos, pagamentos de salários, botar as unidades para funcionar, que não estão funcionando. E eu quero saber por que está tudo estacionado, que não é por conta do Orçamento, que é para daqui por diante. Todos nós sabemos que é a partir do dia 1º de janeiro que esse Orçamento passa a prevalecer para os pagamentos em fevereiro. Esse Orçamento que eles estão sem receber foi aprovado no ano passado, de mais de 2 bilhões de reais”, frisou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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