Saúde

Câncer de pele: saiba como escolher um bom protetor solar

A Dermatologista Helga Clementino deu dicas de como escolher um bom protetor solar, a depender do seu tipo de pele

protetor solar
Foto: Pixabay

O aumento à exposição solar no período do verão pode trazer diversos problemas de saúde, a exemplo dos cânceres de pele. Se proteger dos raios UV através do uso do protetor solar é essencial para evitar doenças comuns nesta época do ano.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a médica Dermatologista Helga Clementino, que atua em clínicas de Feira de Santana, deu dicas de como escolher um bom protetor solar, a depender do seu tipo de pele.

Foto: Ney Silva

Segundo ela, a pele da face é diferente do restante do corpo, o que deve ser levado em consideração na hora de escolher o produto.

“A pele do nosso rosto é diferente do restante do corpo. Geralmente, ela é mais oleosa, e um protetor muito oleoso vai incomodar e ficar mais pesado. O protetor facial geralmente é um pouco mais seco que o corporal, que precisa espalhar um pouco mais, então é uma loção mais fluida. A melhor opção, no meu ponto de vista, é que você busque um profissional, se tiver acesso, para ele te ajudar a escolher o melhor para o seu tipo de pele. Mas se não tem essa possibilidade de ir a um dermatologista, hoje tem nas grandes farmácias um profissional treinado para te ajudar na compra de um produto que seja bom, seguro e confiável”, pontuou a especialista.

Ela indica protetores com Fator de Proteção Solar (FPS) a partir de 30, sendo que pessoas que já tiveram algum problema de saúde relacionado à pele, devem preferir algum com fator de proteção ainda maior.

“A gente tem protetor com FPS, que a gente chama de fator, 30, 50, 50+, e nesses protetores quanto maior o fator de proteção, mais protegido a gente está, então faz diferença. O fator 30 é ideal para a maioria de nós. Se alguém já teve câncer, o ideal é usar um protetor com fator maior, a partir de 50, 60 ou 70. O protetor com cor de base tem uma substância chamada óxido de ferro, que realmente aumenta a proteção do produto, porque reflete mais luz, então um protetor com base nos confere uma proteção maior.”

Em períodos de maior incidência dos raios solares, o uso do protetor solar, conforme a médica Helga Clementino, deve estar aliado também a outras formas de proteção mecânicas, a exemplo de roupas com tecido que confiram proteção adequada contra os raios solares, chapéus, bonés e óculos de sol.

Todos esses cuidados visam evitar na população o câncer de pele, que de acordo com a especialista, está entre os males mais comuns.

“A pele, como maior órgão do corpo humano, também pode apresentar lesões cancerosas. São três tipos de câncer de pele principais, os mais comuns são o carcinoma basocelular, o outro intermediário, que é carcinoma espinocelular, e o mais grave de todos é o melanoma, que pode dar metástase, se espalhar e levar à falência de outros órgãos e até a morte. Geralmente aparecem lesões novas, como uma mancha aonde não tinha, uma pinta que aparece aonde não existia. Esse é o sinal de alerta”, orientou a médica.

Ela destacou que há outros sinais que podem ser observados diretamente pelo dermatologista, que tem um olho treinado para identificar lesões na pele.

“Tem outros sinais de alerta, que os dermatologistas são treinados, que a gente chama de ABCD. A é de assimetria, B de bordas irregulares, o tamanho da lesão, se tem mais de meio centímetro, 5 milímetros, então são alguns detalhes que a gente vê nas manchas. O olho treinado do dermatologista que vai se atentar ou não para a necessidade de se fazer uma biópsia ou a retirada daquela lesão.”

Helga Clementino alertou que a maioria dos cânceres de pele são assintomáticos.

“Ele não dói, não coça, não arde, então é isso que a gente tem que ficar muito atento. Às vezes, em alguns tipos de cânceres até têm um sangramento mais fácil na mancha ou em um carocinho. Isso são sinais de alerta, mas esperar que tenha sintomas não.”

A exposição solar é o principal fator de risco para desenvolver o câncer de pele, principalmente em áreas foto expostas, como rosto, papilhão auricular, região do pescoço, braços, que são as regiões mais afetadas pelo sol e alguns profissionais são de alto risco para desenvolver a doença.

“A pele clara significa que tem menos melanina, que é aquele pigmento da nossa pele e serve como um filtro para o raio solar, e se eu tenho menos melanina, tenho menos filtro e o raio solar atravessa mais, então o dano solar é maior. O câncer de pele tem cura, e a maior parte das vezes o tratamento é feito com uma pequena cirurgia. Em alguns casos podem ser feitos tratamentos também com laser, terapia fotodinâmica, ou outro tipo, e quando é um câncer de pele mais grave, já com metástase aí sim tem que fazer quimioterapia”, explicou.

Cuidados na infância

Conforme a dermatologista, os cuidados precisam começar desde a infância, uma vez que a pele do corpo humano tem memória celular.

“A principal dica é evitar a exposição solar, que na maior parte da nossa vida acontece na infância, então a gente tem que cuidar muito das nossas crianças, pois o problema não aparece na infância, e sim lá na frente, porque a pele tem memória. Então vamos cuidar das nossas crianças, usar protetor solar nelas, blusinhas de sol, chapéu e boné, e nós adultos, vamos manter esses cuidados também. Evitar a exposição solar em horários mais perigosos, que é entre 10h e 16h, o uso de um protetor solar de amplo expectro, o uso de barreiras físicas que são as roupas, chapéus, bonés, isso tudo ajuda”, aconselhou.

A dermatologista ressaltou que essa conscientização deve acontecer o ano inteiro.

“Essa conscientização sobre o câncer de pele é por causa da referência ao verão, que é quando as pessoas se expõem mais ao sol. É a forma que a Sociedade Brasileira de Dermatologia tem de alertar e fazer com que as pessoas se olhem, façam um autoexame mesmo, para ver se identificam algo novo. Então é verão, está começando, o alerta é maior, a gente tem mais exposição e lembrando que estamos no Brasil e no Nordeste, cuja incidência soltar é muito alta. Então é reforçar a necessidade do cuidado mesmo com relação a isso. O uso do óculos de sol também ajuda a proteger a pele ao redor dos olhos., porque têm câncer de pele que aparece nesta pálpebra inferior, e às vezes para tratar tem que entrar um cirurgião dermatológico junto com o oftalmologista para cuidar disso.”

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

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