Segundo a delegada-geral da Polícia Civil do estado da Bahia, Heloísa Campos de Brito, as equipes de inteligência já vinham mapeando as lideranças criminosas que atuam na cidade de Feira de Santana, antes mesmo da deflagração da Operação Pacificatio, na manhã desta sexta-feira (13).
Até o momento, dois homens foram presos e dois adolescentes apreendidos. Com eles, foram encontradas porções de maconha, cocaína, uma pistola 9mm e um revólver calibre 38. No entanto, novas prisões e apreensões podem acontecer no decorrer da operação ao longo do dia.
“Esse movimento busca realmente trazer tranquilidade. A nossa presença, isso já faz parte de um planejamento da Polícia Civil, porque ela nunca para de trabalhar, então independente do que aconteceu, nós já vínhamos mapeando quais são as lideranças criminosas, porque o nosso objetivo é tirar essas pessoas de circulação. Sabemos também que quando prendemos uma liderança dessa não demora muito para outra pessoa assumir o comando. Então a Polícia Civil está sempre atenta, e essa operação hoje foi uma consequência de todo esse trabalho que vem sendo desenvolvido de forma muito brilhante por todos os policiais da coordenadoria, sob a gestão do delegado Roberto Leal”, destacou a delegada-geral.
Ela confirmou que a operação foi deflagrada em razão das mortes praticadas dentro do presídio de Feira de Santana, que culminaram em uma onda de violência em diversos bairros da região norte da cidade.
“Nesse início do ano ocorreu este evento que começou dentro do presídio, aonde tivemos três mortes. Nossa equipe da Polícia Civil agiu de modo muito célere em parceria com a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), e já fomos para o local, fizemos levantamentos, autuamos em flagrantes seis detentos, trabalhamos para a transferência de mais de 25 deles para o presídio de Serrinha, e como consequência desse movimento que aconteceu no presídio, tivemos uma repercussão, que foi um alto índice de homicídios aqui em Feira de Santana, o que fugiu de qualquer normalidade. Começamos nossas investigações, mapeamos quem seriam os autores, e demos início a esta operação pacífica, aonde nós trabalhamos com mais de 80 policiais civis e cerca de 17 viaturas. E trouxemos para reforçar e recompor o policiamento de Feira de Santana as equipes também de Santo Antônio de Jesus, Itaberaba, Salvador e Serrinha. Nessa conjunção de esforços começamos essa operação e já temos 4 prisões realizadas até o momento”, informou.
Heloísa Campos salientou que a operação visa prender os indivíduos que estão dando as ordens para o cometimento desses homicídios envolvidos com o tráfico de drogas.
“É importante frisar que nós já identificamos, nosso trabalho agora é interceder junto ao Judiciário para conseguir alguns mandados de prisão, já conseguimos alguns mandados de busca e apreensão, e realizar as prisões desses principais líderes. (…) A Polícia Civil vem investindo muito em inteligência policial, inclusive colocando núcleos no interior do estado, então este é um trabalho que nós já desenvolvemos e estamos focando, porque este é o grande direcionamento: conseguir identificar, mapear, efetuar as prisões e tirar esses indivíduos de circulação.”
Na avaliação da delegada, Feira de Santana é um grande centro tanto logístico quanto econômico, a segunda maior cidade do nosso estado, o que se reflete também no aumento da violência.
“Não posso dizer que Feira de Santana seja uma cidade violenta, porque como eu disse estamos trabalhando na redução desses números. Contudo é uma cidade onde as forças de segurança têm que fazer um aporte maior de recursos, e é importante frisar que a Polícia Civil fez no ano passado a reinauguração do Complexo do Jomafa, com investimento de mais de R$9 milhões, tivemos autorização da construção de uma nova delegacia de Atendimento à Mulher, estamos com um concurso em trâmite, aonde serão 1 mil novos servidores, que grande parte deles será trazida para o interior do estado, agregado a isso fizemos a aquisição de mais de 282 fuzis, que também virão para o interior do estado, ou seja, é a Polícia Civil mobilizando equipamentos, fazendo investimentos, para que a gente possa construir essa sociedade sempre mais segura.”
Ela disse ainda que o setor de Inteligência da Polícia Civil é muito dinâmico e busca sempre agregar novas tecnologias no combate ao crime.
“A Inteligência é sempre muito dinâmica, mas posso dizer com tranquilidade que a Polícia Civil utiliza os equipamentos mais modernos que existem em todo o Brasil. Estamos no mesmo nível das polícias judiciárias de todo o país. Mas, lógico, que como qualquer serviço de tecnologia, isso é dinâmico, estamos sempre agregando novos equipamentos e softwares que possam nos auxiliar nessa jornada contra a criminalidade.”
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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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