Unidade de Saúde da Conceição reabre após onda de violência, mas funcionários estão temerosos

A Unidade de Saúde da Família Conceição IV, localizada no Núcleo Habitacional do bairro Conceição, conhecido como Conder, em Feira de Santana, retomou as atividades na manhã desta quarta-feira (11), após a onda de violência registrada ontem, com diversos tiroteios e ameaças à comunidade.

Ontem (10), seis escolas e duas unidades de saúde situadas nos bairros Mangabeira e Conceição tiveram que fechar as portas durante as trocas de tiros entre integrantes de organizações criminosas, e um toque de recolher, supostamente ordenado por bandidos.

Segundo informações, criminosos utilizam as vias do conjunto habitacional como rota de fuga: saindo do Rosário, passam pela Conder, indo até a localidade chamada de Ilha das Cobras, entre os bairros Conceição e Santo Antônio dos Prazeres.

Na manhã desta quarta-feira (11), a unidade de Saúde foi reaberta, porém somente um segurança e uma enfermeira retornaram ao trabalho. Os demais estão temerosos com a violência e permaneceram em casa.

“Foi bastante temeroso ontem, porque a gente vem para prestar um atendimento para a comunidade. Quando chega, se depara com uma situação dessa, então diante de toda a situação que estamos vivendo no município, a gente fica temeroso em permanecer neste determinado local”, revelou a enfermeira, em entrevista ao Acorda Cidade.

Ela, que preferiu não se identificar, destacou que, embora haja a presença da Polícia Militar na área, os funcionários não têm nenhuma garantia de segurança.

“Embora a gente saiba que tem a segurança do estado, helicóptero sobrevoando o tempo todo, porém por aqui a gente não tem garantia de segurança para nós enquanto equipe. Por isso, no dia de ontem, os atendimentos foram suspensos no turno vespertino e a unidade foi fechada. Nós reabrimos hoje, até segunda ordem, que a gente cumpre o que o gabinete do prefeito assim como a Secretaria de Saúde passam para a gente. Foi fechado ontem por ordem da prefeitura, e hoje a orientação foi que nós reabríssemos, porém algumas pessoas se sentem desconfortáveis e eu não tiro a razão deles, até porque algumas delas moram aqui perto da unidade e sabem bem mais que a gente como é que está acontecendo esse fluxo dentro da comunidade”, contou a funcionária.

A enfermeira leu ainda para o Acorda Cidade algumas mensagens recebidas através de um aplicativo de mensagens, com ordens para a comunidade não abrir os estabelecimentos e proibindo também a entrada de pessoas de fora na área.