Política

Após suspensão de abono natalino na Câmara, Eremita justifica: ‘Nada contra, mas não houve planejamento’

A vereadora contou que o pagamento do abono natalino foi o único projeto suspenso diante de outros projetos aprovados pela Câmara neste ano de benefícios aos servidores.

Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

Com o abono natalino suspenso aos servidores efetivos e comissionados após o deferimento do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), a presidente eleita para o pleito de 2023, vereadora Eremita Mota (PSDB), procurada pelo Acorda Cidade, explicou o motivo pelo qual pleiteou a ação contra o investimento de quase R$ 500 mil da Câmara Municipal aos funcionários.

De acordo com a vereadora, o pedido de suspensão do benefício não há relação direta com os servidores da Câmara e sim, por se tratar da Lei de Responsabilidade Fiscal, decidiu reduzir o impacto financeiro à Casa.

“Primeiro quero dizer que não sou contra a nenhum tipo de aumento para os servidores da Câmara, me dou bem com todos os servidores e pretendo fazer um trabalho com muita responsabilidade. Mas, o que diz a lei de 5 de julho a 31 de dezembro, é que nenhum gestor pode fazer projetos de lei, traçar metas de aumento para deixar para o próximo mandato, mesmo que o presidente fosse reeleito, ele não poderia fazer isso porque existe a lei. Essa lei, é a lei de responsabilidade fiscal, então o presidente não pode contrair nenhuma obrigação de despesa para deixar para o próximo presidente”, disse.

A vereadora Eremita Mota disse ainda que não houve planejamento para um projeto de gastos como esse, e que tentou alertar a Câmara através de discussões, mas que não houve retorno por parte da Casa.

“Não houve planejamento para esses projetos que foram criados nos últimos dois meses, não houve estudo de impacto, então o que se caracterizou foram atos de arbitrariedades contra a lei de responsabilidade fiscal. Para se ter uma ideia, projetos foram tramitados e aprovados sem o parecer da Comissão de Constituição e Justiça a qual sou presidente. Tive a responsabilidade de olhar esses atos, essa falta de atenção por parte da turma da Câmara. Esse parecer foi feito por um jurista político de 17 anos de experiência em processo legislativo, fiz esse discurso na Câmara ainda na tramitação do primeiro projeto em que estavam uma enxurrada de aumentos para os servidores junto ao ticket alimentação. Nada contra, mas estavam fazendo de maneira errada. A Câmara de vereadores tem um compromisso com a constituição e eu não poderia deixar de tomar a iniciativa porque são projetos que desafiam a constituição”, informou.

A presidente eleita contou que o pagamento do abono natalino foi o único projeto suspenso diante de outros projetos aprovados pela Câmara neste ano de benefícios aos servidores.

“É bom esclarecer ainda que quando o presidente teve conhecimento da liminar, só não deu tempo de pagar, de todas as enxurradas de pagamento, até aumento aos assessores que receberam, o abono natalino, que inclusive estava direcionado apenas para os efetivos e de repente todos iam receber”, disse.

Relação com o atual presidente

Sobre a relação com o atual presidente da Câmara, o vereador Fernando Torres (PSD), a presidente eleita disse não ter contrariedades com o edil, e que pleiteou o projeto a fim de seguir o regimento e constituição da Câmara Municipal.

“Eu quero deixar claro que não tenho nada contra o presidente, eu tomei as medidas porque vou assumir no dia 2 tendo presenciado tudo isso depois de fazer ainda um alerta à Câmara. Estou com a lei nas mãos nos 180 dias que antecedem o governo e estou à disposição”, finalizou.

Leia também: Fernando Torres diz estar “surpreso” com suspensão de abono natalino

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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Matuto do interior

Enxurrada de benefício é seu salário de 21 mil reais, fora todos os bonus que existem, ainda mais quando presidente agora ne tem que sobrar dinheiro para gastar. Sabe qual é o bom, que cada liderança e pessoa política que você arruinou, tirando da boca de famílias, que esses assessores e todos prejudicados não esqueçam que foi você quem tirou o pão da mesa deles.

Ricardo Coutinho

Rapaz que conversa besta desta vereadora. Responsabilidade fiscal numa gestão que não era dela ? Ela só vai assumir em janeiro. Outra mentira: deixar despesa ? Iria ser pago com sobras do orçamento dessa gestão. Não ia ficar nada pra próxima gestão. E por fim qdo é pra anular um benefício do cidadão esses vereadores moleques sabem correr num tribunal, mas qdo é os benefícios deles aí os sem vergonha alguma no mínimo lavam as mãos. Eremita vc dá vergonha de ser chamada representante do povo.

Reinaldo

Só acredita político é um bando ótario, se fosse abono pra ela passava até boiada!

Fabio

Engraçado,ela fala de responsabilidade fiscal né?? Porém bônus, regalias com nosso dinheiro é só pra esses vereadores, quando é pra beneficiar o servidor e a população não pode!!! Ah essa senhora tem quantos anos mamando com o dinheiro público???