Saúde

Centro Municipal de Referência diagnosticou mais de 300 casos de HIV neste ano em Feira de Santana

Pessoas que suspeitam ter adquirido algum tipo de IST ou mesmo como forma de prevenção podem se dirigir ao Centro Municipal de Referência para realizar os exames de sangue diagnósticos.

ist haiv aids
Foto: Antônio Corigliano / Pixabay

O Centro Municipal de Referência IST/HIV/Aids, que funciona dentro do Centro de Saúde Especializado Dr. Leone Coelho Leda (CSE), na Rua Professor Germiniano Costa, Centro, em Feira de Santana, registrou 303 casos de HIV de janeiro a novembro de 2022. Em 2021, no total foram 324.

Atualmente, 3.613 pacientes infectados com o vírus recebem tratamento no local contra o HIV. E de acordo com a enfermeira Joice Marques, o Centro de Referência oferece o diagnóstico também para outros tipos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

“As ISTs são doenças transmitidas através das relações sexuais desprotegidas, ou seja, sem uso do preservativo, e que trazem alguns sintomas, desconfortos, e algumas têm cura, outras não. Aqui no nosso Centro de Referência, o índice maior é de sífilis, que tem cura, e o tratamento é feito aqui também. Temos os casos de HPV, que são verruguinhas que aparecem, só que não tem cura e vai depender muito do estado imunológico da paciente; tem a herpes, que depende também do sistema imunológico e não tem cura; tem também a gonorréia, o cancro mole, que não é tão comum aqui. Mas a sífilis, o HPV, a herpes, o corrimento uretral são os mais comuns aqui, e o HIV”, informou a enfermeira.

Ela ressaltou que algumas dessas infecções apresentam sinais visíveis, a exemplo da sífilis, que provoca o aparecimento de feridas na região íntima.

enfermeira Joice Marques
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Se a pessoa tem o costume de se olhar no espelho, de estar olhando a parte da genitália, vai perceber algo diferente, porque aparece uma ferida e é algo que não é normal. A herpes são umas bolhas pequenas de água, já o HPV pode aparecer por fora e pode aparecer interno. Aqui no nosso centro são 3.613 pacientes cadastrados com HIV. Desses, o índice maior tem faixa etária entre 20 e 39 anos, é de pessoas heterossexuais e a prevalência é do sexo masculino”, afirmou.

Conforme a profissional de saúde, ainda existe muito preconceito em relação a pessoas diagnosticadas com o HIV. Porém, com o tratamento, esses pacientes podem levar uma vida normal.

“Infelizmente, ainda existe esse preconceito em relação ao HIV, mas hoje em dia existem medicações, que as pessoas podem viver na sociedade normalmente. Hoje é um só comprimido, e o paciente vive normalmente na sociedade e tem a questão do sigilo, que a pessoa pode querer que outros saibam ou não. Antigamente falávamos em doenças sexualmente transmissíveis, mas hoje se fala em infecção, por conta dos avanços do tratamento e os diagnósticos.”

Em relação ao tratamento preventivo, que é ofertado no local, a enfermeira explicou que qualquer pessoa que tenha sido exposta ao vírus do HIV pode buscar a Profilaxia Pós-Exposição (PEP).

“Se alguém teve uma relação sexual desprotegida com alguém que não conhece ou não seja de confiança, tem até 72 horas para procurar o serviço e fazer uma profilaxia, tomar uma medicação por 28 dias e evitar a proliferação do vírus e de estar se contaminando com o HIV. E algumas doenças a gente consegue também fazer essa profilaxia, outras não. Por isso é importante usar o preservativo”, frisou.

Diagnóstico

Pessoas que suspeitam ter adquirido algum tipo de IST ou mesmo como forma de prevenção podem se dirigir ao Centro Municipal de Referência para realizar os exames de sangue diagnósticos.

“É só vir para poder fazer o diagnóstico. Não precisa agendar, é por ordem de chegada. O teste é entregue dentro de 15 a 20 minutos, e dando positivo, a gente já encaminha para o setor aqui mesmo, inicia o tratamento, marca consulta médica. O serviço é aberto ao público. Às vezes, as pessoas vêm fazer um exame de rotina ou por curiosidade, então quando recebe o resultado positivo levam um susto, e é por isso que temos aqui psicólogos, para fazer esse acompanhamento com as pessoas, porque inicialmente choca muito quando recebe o diagnóstico, mas não há nada que impeça uma vida normal”, ressaltou Joice Marques.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

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