Ao Acorda Cidade, a filha da paciente, Lorena Santos Nascimento, contou que a mãe começou a passar mal dentro de casa e foi encaminhada para a unidade hospitalar.
Após ser atendida, a equipe médica solicitou uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), equipada com Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas a mesma demorou para chegar.
“A minha mãe começou a passar mal, por volta de 8h30, dentro de casa, aqui no bairro Campo Limpo. Ela acordou, tomou café, fez as coisas e começou a sentir uma dor no peito, então a levamos para a policlínica do Parque Ipê. Chegando lá, ela passou pela triagem, a médica avaliou a pressão, que estava boa, verificou o açúcar e pediu que fizesse um eco. Quando fez pela primeira vez, deu negativo para infarto, mas o médico que estava atendendo disse que ela tinha todos os sintomas e pediu para refazer. Neste segundo exame deu positivo e ficamos no aguardo de aparecer uma ambulância do Samu, pois no momento não tinha nenhuma disponível, e ela só poderia sair da policlínica em uma ambulância com UTI. Ficamos de 8h50 até 12h30, foi quando chegou o carro”, disse.
Segundo Lorena, a equipe médica já tinha informado que o quadro da paciente estava avançando de forma rápida.
“O primeiro médico que nos atendeu disse que minha mãe estava tendo um infarto e que estava progredindo muito rápido, ela precisava de forma urgente ser transferida, mas nada de ambulância. E quando chegou, que o motorista foi sair, eu ainda percebi que ele acelerou ao máximo, mas o carro só andou um pouco e parou. Eu lembro que muito antes da ambulância chegar, minha mãe estava sentindo muitas dores que nem estava mais respondendo aos enfermeiros. O pessoal chamava pelo nome dela, mas só abria os olhos, eu não sei se foi porque deram alguma medicação para controlar as dores, eu só sei que escutava o pessoal chamando pelo nome dela, e ela não respondia. Não levou 20 minutos que minha mãe saiu da ambulância e retornou para a policlínica, e ela morreu. E durante esse tempo, uma segunda ambulância ainda chegou, mas não tinha UTI, eu nem sei o que foi fazer lá, se não tinha como transferir minha mãe”, disse.
Idosa morre após Ambulância da Samu quebrar durante transferência em Feira de Santana https://t.co/AbHTxDqw6N pic.twitter.com/hm4wQoXHLm
Como forma de agilizar o processo da transferência, Lorena contou à reportagem do Acorda Cidade que contratou uma ambulância particular, mas foi orientada pelo médico da policlínica, que desta forma, ela não teria acesso ao HGCA.
“Nós contratamos uma ambulância de uma empresa particular, mas o coordenador lá da policlínica disse que eu não iria conseguir entrar com minha mãe dessa forma, porque para ter a vaga lá dentro, tinha que ser pelo Samu. Eu não poderia tirar minha mãe por conta própria. O quadro da minha mãe era instável, a situação dela estava progredindo a cada minuto, mas a policlínica não tinha os aparatos que ela precisava, o mínimo que poderiam fazer era um paliativo até a ambulância chegar”, relatou.
Diante de toda esta situação, Lorena informou que entrará na justiça.
“A gente vai entrar na justiça, eu acho que é o mínimo, porque isso foi uma negligência. Uma cidade com tantos habitantes e com apenas duas ambulâncias do Samu com UTI, e ter que esperar de 9h da manhã até o meio-dia, sendo que é um serviço de urgência e emergência. No momento, disseram que só tinham duas e todas as duas estavam em ocorrências”, concluiu.
Ivonete Santos Nascimento deixou duas filhas e foi sepultada no início da tarde desta quarta-feira (28), no Cemitério Jardim das Flores, na BR-116 Norte.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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