Um incêndio de grandes proporções atingiu ao menos três ônibus intermunicipais, em uma garagem na região entre os bairros de Pernambués e Saramandaia, em Salvador, no final da manhã desta quinta-feira (15). Não há registro de feridos, nem informações sobre o que causou o fogo.
As chamas começaram em um dos veículos, e se espalharam para os dois que estavam ao lado. Equipes do Corpo de Bombeiros estiveram no garagem e contiveram o fogo. Mesmo após o incêndio debelado, havia muita fumaça no local. Funcionários estavam na garagem no momento em que o fogo começou.
“O fogo já foi extinto, agora só é feito mesmo o controle do rescaldo, e o pessoal está mantendo os taques de combustível resfriados para que não haja uma ignição. Eu só vi a fumaça se expandindo e o pessoal ligando para o Corpo de Bombeiros”.
Segundo ele, existe uma suspeita do que pode ter causado as chamas.
“Parece que foi uma solda que teve respingos em tanques de combustíveis próximos, e aí o vapor fez com que causasse o flamor e se alastrou o fogo. Não teve ninguém ferido, está tudo tranquilo. Só houve o susto”.
“Foram três veículos que estavam em manutenção, trocando peças. Eles não são muito utilizados, aí eles fazem reposição de peças para os que estão precisando. Dessa reposição, parece que a pessoa não tinha muita experiência de manutenção de veículos, das peças de maçarico, e não percebeu a existência do combustível próximo, aí salpicou nos tanques e causou a inflamação”, detalhou.
Por causa do fogo, os ônibus ficaram completamente destruídos. A empresa atingida é a Viação Marte Transportes, que atua há 16 anos na área. No local em que os coletivos pegaram fogo é possível perceber muitos equipamentos de reparação e mecânica.
O segurança falou ainda que, apesar de não ter havido feridos, os funcionários ficaram abalados com a situação.
“As pessoas ficaram muito abaladas, porque é o meio de trabalho deles e agora eles vão ficar sem ter o que fazer daqui para frente, até se estabelecer a situação. O funcionamento [da frota] não deve ser alterado porque eles têm veículos reservas, esses aí são para troca de peças e reposição”.
Em nota, a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) informou que a área em que os ônibus foram atingidos não está dentro da rodoviária. Afirmou também que os coletivos queimados não participam da operação.
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Polícia Civil esteve no local para iniciar as investigações.
Vizinhança atenta e fogo anterior
O líder comunitário da Saramandaia, identificado apenas pelo prenome Abraão, foi ao local para acompanhar a situação, e relatou que os moradores saíram de casa com medo do fogo.
“Passando aqui e vi essa fumaça. Como líder comunitário e presidente da associação, eu fiquei preocupado com os moradores que moram próximos, porque toda vez que acontece isso aqui, os moradores têm que sair para que não aconteça o pior. As pessoas saíram das casas por causa da fumaça e do calor intenso”.
Abraão também chamou a atenção para o fato de que esta é a segunda vez que ônibus pegam fogo na região. Em janeiro de 2021, os coletivos de outra empresa também foram atingidos por incêndio no local.
“É a segunda vez que acontece isso aqui e toda vez que acontece os moradores têm que sair de suas casas, porque é um risco muito grande”, disse ele.
Segundo Davi, medidas de segurança são tomadas para evitar que acidentes tomem grandes proporções.
“A gente cobra a manutenção dos extintores, que eles devem ter sempre a pronto uso, pessoas treinadas na questão da prevenção e combate ao incêndio. E a gente também tem que fiscalizar os pontos de ignição, de rede elétrica, de combustíveis, recipientes vazios que ficam com gases internos, porque quando se abre às vezes pode-se causar até uma explosão”.
“Acidentes acontecem a qualquer momento, então se a pessoa não tiver noção dos atos, do que pode causar insegurança, fatalmente vai provocar um acidente, um incêndio, ou coisa parecida. Fica-se sujeito a sofrer os acidentes”.
Pessoas hospitalizadas e casas atingidas
Ao menos seis pessoas foram atendidas em uma ambulância do Corpo de Bombeiros e foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Barris.
“Elas estão com falta de ar, passaram mal. Além do trauma psicológico de terem visto o local pegando fogo, ainda passaram mal porque inalaram fumaça”, disse uma moradora do local.
Uma idosa, identificada como Maria, também inalou fumaça e foi atendida ainda no local. Parte das telhas ficaram danificadas. A tampa do tanque de uma dos imóveis da região acabou derretida.
“Eu fiquei parecendo que tinha arrancado minha garganta, meus peitos, e tossindo muito. Eu moro aqui há mais de 32 e dois anos. Eu vi o fogaréu, fiquei gritando e nada deles apagarem o fogo. Agora minha casa está nesta situação. Tem que ver que jeito eles vão dar, porque eu vou querer [que cubram] meu prejuízos. Eles vão ter que pagar”.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também atendeu duas meninas, uma de 3 e outra de 6 anos, que moram no bairro da Saramandaia – próxima do local do incêndio – que alegaram inalação de fumaça.
A equipe do Samu realizou o atendimento e controlou a situação, tendo liberado as pacientes após avaliação médica.
Fonte: G1
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