Bahia

Pai da jovem que teve rosto cortado enquanto dormia em viagem de ônibus na BA pede justiça: 'Pode ser fatal'

Estudante de enfermagem Stefani Firmo, de 23 anos, viajava de Recife (PE) para a capital baiana.

Foto: TV Bahia
Foto: TV Bahia

O pai da estudante de enfermagem Stefani Firmo, de 23 anos, que teve o rosto cortado enquanto dormia durante uma viagem de ônibus de Recife (PE) para Salvador (BA), pede justiça, com medo de que outras pessoas passem pela mesma situação.

Stefani acordou sangrando dentro do ônibus na madrugada da última terça-feira (29), mas nenhum outro passageiro disse ter visto quem a cortou. Imagens da câmera que fica dentro do veículo deverão ser analisadas pela polícia, que também fará perícia de uma faca encontrada com outra passageira. Não foi identificado suspeito até a última atualização desta reportagem.

“Creio que, nesse caso, a Justiça vai se sensibilizar. […] Estou sentindo por mim e por alguma pessoa que pode estar sendo vítima da mesma pessoa. Pode ser fatal”, lamentou Agnaldo Firmo, pai da jovem.

O caso ocorreu quando o ônibus passava pelo município de Conde, no litoral norte da Bahia. Em entrevista ao g1 no domingo (4), a jovem relatou que levou 18 pontos no local do corte.

“Sempre que lembro fico abalada, porque eu poderia estar morta. Penso que foi um livramento de Deus, que pensou nos detalhes para que eu dormisse com o edredom até o pescoço e com óculos no rosto”, detalhou.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Proteção ao Turista (Deltur) de Conde instaurou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) para apurar o caso, que foi caracterizado como “lesão leve” pelo médico que atendeu a vítima.

A polícia identificou que uma passageira, que não teve a identidade revelada, estava com uma faca no ônibus. Ela foi ouvida e liberada, e o objeto foi levado para perícia. Caso seja comprovada a autoria, a mulher poderá ser indiciada por lesão corporal.

Em entrevista a TV Bahia, a jovem falou sobre o sentimento de vulnerabilidade durante as viagens, já que ela não sabe se outros passageiros portam armas brancas nas bagagens.

“A gente está vulnerável ainda mais pelo fato de na rodoviária não ter revista. Então a gente não sabe o que o passageiro está portando dentro da sua bolsa”, relatou.

A reportagem da TV Bahia entrou em contato com a empresa de ônibus para pedir um posicionamento sobre o ocorrido, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

‘Acordei sentindo um ardor’

Stefani é natural de São Paulo, mas mora em Itabuna, no sul da Bahia, desde 2008. Ela havia viajado para Recife com uma amiga para fazer uma prova de residência.

“Eu saí de Recife no dia 28 e chegaria em Salvador na manhã do dia 29, onde pegaria um outro ônibus para Itabuna. A viagem estava tranquila [até então]”, disse.

A jovem se preparou para dormir, se cobriu com o edredom até o pescoço e optou por seguir de óculos. Durante a madrugada, ela acordou com o rosto ardendo.

“Acordei sentido um ardor, passei a mão no rosto e percebi que estava sangrando”.

Nesse momento, Stefani foi até a cadeira da amiga pedir ajuda. Outros passageiros também se mobilizaram para chamar a atenção do motorista, para levar a jovem a um hospital e, em seguida, para a delegacia.

“Eu pensei que algum objeto tinha caído [em cima de mim], principalmente pelo peso [que senti no rosto], fiquei tentando entender que peso foi esse. Procurei achar algum objeto que tivesse caído, mas não achei nada”, relatou.

Apesar de ter recebido apoio da maioria dos passageiros, a jovem relatou que uma mulher chamou sua atenção pela frieza que apresentava ao ver a situação.

“Todos os passageiros tentaram ajudar de alguma forma, exceto a suspeita. Ela olhou para mim como se nada tivesse acontecido, não esboçou nenhuma reação”.

Segundo a vítima, a mulher estava com uma faca de churrasco, uma tesoura e um alicate. “A faca [que foi encontrada com ela] estava limpa”, comentou.

“A pessoa [que me feriu] foi ágil, [porque fez o corte] e [só] sangrou depois”, complementou.

Ainda segundo Stefani, a mulher seguiu viagem no mesmo ônibus de Conde, onde a situação ocorreu, até Salvador, destino final.

“Ela desceu com a cara cínica do ônibus. Todo mundo falando dela [e ela] parecia uma psicopata. Ela negou [que teria me cortado e ainda afirmou] que não tinha nada a ver com os problemas dos outros”, detalhou.

Fonte: G1

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