Moradores da Fazenda Bom Jardim, situada na estrada que dá acesso ao distrito de Bonfim de Feira, enfrentam grandes dificuldades para realizar as atividades do dia a dia e até mesmo beber água, isso porque este item, que é essencial para a sobrevivência do ser humano, nunca caiu nas torneiras do lugar, e o abastecimento feito pela prefeitura e o exército foram interrompidos.
De acordo com o motorista Luiz Carlos dos Santos Pereira, de 45 anos, todos os dias ele enche dois botijões com água para abastecer a família, mesmo assim a quantidade é insuficiente para atender a todas as necessidades.
“É muito difícil pra água chegar aqui, pois essa água vem de Feira de Santana. Faço transporte e consigo água lá. Consigo trazer dois botijões de 50 litros todo dia. São 100 litros por dia, mas não dá para suprir essas necessidades. São duas famílias aqui, então é uma média de 10 pessoas, e essa água serve pra tudo: beber, tomar banho, cozinhar. Eu pego aonde eu trabalho, encho os botijões e trago, essa rotina é de segunda a sexta”, relatou o motorista.
Ele ainda lamentou o fato de não poder criar mais animais, por conta da falta de água, e teve que parar uma construção.
“Não dá para criar nem bicho aqui mais, porque não tem água suficiente, e eu estava construindo e tinha que comprar água. O que está salvando a gente neste período é a água da chuva, e um amigo conseguiu pra mim um carro tanque e colocou ali, porque se dependesse da prefeitura até agora eu estava sem água”, afirmou.
A moradora Fabiana dos Santos Pereira, 37 anos, também reclamou da situação e da dificuldade que as família do local estão passando.
“Ultimamente temos passado muita dificuldade com a água, e a única salvação da gente é um poço, e a água que cai em Bonfim, que meu irmão e meu esposo buscam para dar uma aliviada. E a gente compra uma ou duas garrafas na semana para beber. Tenho uma mãe que é acamada e tem roupa, banho, todas as necessidades dela e fica muito complicado. Ela é hipertensa, diabética, há 11 anos é acamada e a há dois anos fez a amputação da perna e não se levanta para nada. Ela usa fralda e todo dia a gente tem que trocar os panos, os vestidos, são dois banhos no dia, e ultimamente estamos dando só um banho no dia ou fazendo asseio, por falta de água”, contou Fabiana dos Santos.
Ela relatou que já procuraram a Embasa e tem um cadastro na empresa para a água encanada, mas foi informada que não tem demanda suficiente.
“A questão é que são poucas famílias que tem aqui. Estamos há dois anos sem receber água da prefeitura, e o exército, o último carro de água veio há seis meses. O município que abastecia aqui ou o exército, e agora suspenderam os dois de uma vez. Segundo uma pessoa do exército, a suspensão foi por falta de verba do governo, e da prefeitura a gente não tem resposta nenhuma. A gente utiliza mais é o banho, a higiene da casa, cozinha, banheiro, e outras coisas a gente vai adiando, como lençol de cama que a gente leva uns 8 dias para tirar”, informou.
Ainda conforme a moradora, a irmã esteve na prefeitura, porém o problema nunca foi resolvido.
“Cada dia era uma desculpa, diziam que o carro estava quebrado, outro dia estava abastecendo o distrito de Jaguara, outro dia que o nome estava na lista e estava perto de chegar, mas nunca chega. Depois da chuva aqui melhorou bastante, porque caiu água nas duas cisternas. Até semana passada as cisternas estavam vazias, e depois foi chovendo, cada dia foi caindo um pouquinho de água e juntou. Além da água falta, o que a gente necessita são braços de luz, que é tudo escuto aqui à noite, só tem, e são muitas casas que tem aqui”, pontuou.
O Acorda Cidade irá em busca de um retorno com a Embasa, prefeitura e o Departamento de Iluminação Pública.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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