Trabalhadores contratados pela empresa Ativacoop, que prestam serviços para a Secretaria de Educação, em Feira de Santana, se dirigiram à Câmara de Vereadores nesta terça-feira (29), para cobrar dos vereadores que entrem em negociação com a prefeitura acerca da votação da suplementação orçamentária.
Segundo eles, estão sem receber salários há dois meses, pois a empresa que é contrata pela prefeitura para terceirização de mão de obra alega que não possui dinheiro em caixa para realizar os pagamentos, por não ter recebido o repasse do governo municipal, que por sua vez, diz que depende do remanejamento orçamentário.
“Estamos aqui na Câmara dos Vereadores pedindo um apoio para que o prefeito venha entrar em negociação para com os vereadores para que venha a pagar nossos salários, pois já estamos há dois meses sem o salário mínimo. Temos dois anos também sem o rateio, que é um décimo que a prefeitura dá, mas desde quando entrou a pandemia, estamos sem esse valor”, afirmou uma trabalhadora, que preferiu não se identificar.
Ela confirmou que a empresa alega que não tem dinheiro em caixa e que está dependendo da votação para ver se esse dinheiro entra para tirar um lugar para remover para outro.
“Enquanto isso nossas geladeiras estão vazias, nossas despensas não têm comida para nossos filhos, e muitos profissionais estão indo trabalhar porque os diretores estão ameaçando que se não forem serão mandados embora. São mais de 600 trabalhadores, mas poucos estão aqui por medo de represália”, disse.
Outra funcionária terceirizada, que trabalha como assistente administrativa na secretaria, afirmou que além de dos salários, os terceirizados também estão sem 13º.
“A gente procura a Secretaria de Educação e não consegue falar com a secretária. A gente esteve na Ativacoop e eles acusam a Câmara de Vereadores e o prefeito. Viemos à Câmara, mas não temos resposta. A gente precisa de uma solução, de uma resposta, do nosso salário na conta, que nossos direitos sejam pagos, a gente precisa de uma resposta, a geladeira está vazia, as contas estão atrasadas, faltando comida na panela”, declarou.
Mais um servidora reclamou que os trabalhadores estão necessitados e pedindo socorro.
“Estamos sabendo de mães cujas crianças estão passando fome. Eu peço que quem puder nos ajudar nos socorra, somos trabalhadores, recebemos um salário mínimo, que é um valor irrisório, simbólico mesmo, e a gente está sem receber sem esse valor. Somos lotados na Secretaria de Educação. Eu trabalho com serviços gerais. A Ativacoop também não nos dá o rateio, e não sabemos nem o que é vale-alimentação. Todos os trabalhadores têm direito, mas a gente nunca recebeu”, informou.
Conforme outra trabalhadora, a reivindicação é pelo que é de direito e que os salários já são baixos.
“Minha geladeira está igual ao Polo Norte. Queremos que nos ajudem, somos mães de família, não estamos reivindicando algo que não é nosso direito, e sim do que temos direito. Nós trabalhamos é para receber. Chega no final do mês e a gente está sem receber. Chega o Natal e o banquete vai estar na mesa de todos, e na nossa mesa vai ter o que?”, reclamou.
O Acorda Cidade irá entrar em contato também com a Secretaria Municipal de Educação.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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