O imóvel de um condomínio localizado no Parque Brasil, no bairro SIM, ficou completamente alagado após as chuvas fortes de sexta-feira (25), em Feira de Santana.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o proprietário do imóvel, Janilson Matos, de 48 anos, informou que até este sábado (26), a família tentava tirar a água dos cômodos da casa, limpar o imóvel e recuperar móveis e objetos pessoais.
“A gente já tem esse problema há mais de 1 ano, antes mesmo da gente receber o imóvel, que fui a última etapa entregue. Nós constatamos que esse alagamento ocorria, foi informado antes de receber a casa para a construtora de que já existia esse alagamento, passamos e-mails, temos tudo documentado, vídeos, e a empresa, por sua vez, informou que o problema seria por conta de resíduos que descem com a chuva”, informou o morador.
Na avaliação dele, a situação acontece devido a uma tubulação, que estaria no nível da água da Lagoa de Berreca.
“Nós já constatamos que a saída da água pluvial aqui, que é jogada na Lagoa de Berreca, o tubo de saída está no mesmo nível da lâmina d’água, então o que acontece é que quando a lagoa sobe cobre totalmente esse tubo, e nós temos inclusive vídeos aqui que comprovam isso. Então essa água vai sair, mas em uma proporção muito menor. Se você tiver uma chuva muito forte, consequentemente, essa água não vai descer. Tudo leva a crer que é um erro de projeto. Nós já informamos à empresa, e recentemente houve um assoreamento do estacionamento aqui, que causou uma erosão de mais de dois metros de profundidade. Nós chamamos a construtora para consertar, mas eles jogaram simplesmente entulho dentro do buraco e fecharam, sem verificar de onde é que estava vindo esse assoreamento”, reclamou.
Janilson Matos destacou que, possivelmente, a tubulação já estava rompida em algum local e quando o material foi jogado dentro do local da erosão, entupiu mais ainda.
“Hoje a água não desce na parte de captação, nós ficamos aqui ilhados, não conseguimos entrar em casa. A água entrou em casa, estragando móveis, no quarto da minha filha, na cozinha, e a gente fica triste porque comprou um imóvel pensando que a empresa vai se preocupar com o cliente, e a gente não está tendo esse retorno como deveria ter. A alegação da empresa é que deveria ser feito constantemente a limpeza dos poços de visitas, o condomínio deveria fazer essa limpeza, mas como eu falei antes é possível perceber que a tubulação está no mesmo nível da lâmina d’água da lagoa, então tudo leva a crer que houve um erro de projeto. Esse tubo não poderia estar dessa forma, porque a lagoa está cheia de taboas, e quando a água sobe ela encobre o tubo e água não vai descer.”
Além do alagamento dentro do imóvel, o muro da residência também foi danificado, e o portão cedeu com as chuvas.
“Conseguimos colocar o portão no lugar, e houve a rachadura do muro, o que leva a crer que foi por conta da chuva. Estive ontem na empresa, muito nervoso, pois minha pressão ontem chegou a 16 de irritação, e a alegação é sempre que não é culpa deles. E eu disse que ou eles resolviam, ou eu não sairia de lá de dentro. Então eu acho que diante da minha postura, eles resolveram mandar um engenheiro para retirar pelo menos, de forma superficial, a lama que vem descendo. E na frente do condomínio existe um terreno, que pertence à mesma empresa, e quando a chuva cai, a água vem trazendo resíduos de lá de cima.”
A casa de Janilson Matos fica em uma esquina, no ponto mais baixo do condomínio. Por isso, a parte de captação de todo o empreendimento fica em frente ao imóvel onde ele mora.
“Já, inclusive, conversei com o engenheiro da empresa. Não sou engenheiro, mas tenho um pouco de conhecimento, pois há 20 anos trabalho com máquinas, entendo um pouco de terraplanagem, e eu falei algumas soluções possíveis, que ele concordou, a exemplo da criação de uma grelha de captação com a tubulação jogando direto para a lagoa, porém acima do nível da água. Ele também deu outra sugestão, e eu espero que a empresa venha resolver o problema. Vamos acionar a construtora judicialmente, porque essa noite tivemos que dormir na casa de parentes, fui para a casa da minha mãe. Já moramos há 1 ano e 3 meses aproximadamente aqui. A água já tinha entrado antes da gente morar, mas morando é a primeira vez que acontece”, ressaltou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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