Verde, amarelo e glitter? Nesta edição da Copa do Mundo, maior competição de futebol mundial, além da habilidade das seleções classificadas ou mesmo a polêmica escalação da Seleção Brasileira, o que chamou a atenção foram as mudanças no tradicional visual utilizado pelos torcedores para assistirem aos jogos. Seja nas casas, bares ou estádios, as cores clássicas têm ganhado outros formatos.
A tendência conhecida como BrazilCore ou Brazillian Aesthetic (estética brasileira), surgiu em meados deste ano, antes mesmo do evento mundial. O estilo foi difundido principalmente através de criadores de conteúdo digital, a exemplo dos ‘tiktokers’, tanto no Brasil quanto em diversos países.
Este tem o objetivo de capturar a essência brasileira em peças e montagens de looks, sobretudo com as cores da nossa bandeira. Porém, para além da tradicional camisa da Seleção Brasileira, há a presença em outros elementos como brilho, variedade de tecidos e cortes, inclusive com peças de moda praia.
Cenário Local
Em Feira de Santana não foi diferente, comerciantes de diversos segmentos da moda aderiram à estética e investiram na variedade de estilos e combinação de cores. Como foi o caso da empreendedora Audilay Peixoto, conhecida como Laizona, responsável por uma marca própria de biquínis e elementos praianos. Ela reforça os variados usos e o motivo da aposta na tendência.
“Dentro dessas propostas de Copa do Mundo lógico que tem tendência Moda Praia. Estamos hoje com a coleção ‘Brasil Soul’, trazendo essa perspectiva do BrazilCore, tudo voltado ao Brasil. E muitas clientes vêm buscando usar o biquíni nas praias e, no processo aqui de compras, a gente presta uma consultoria. E nessa consultoria a gente enfatiza bastante o quanto que elas podem utilizar a Moda Praia como ‘lookinis’ e ‘bodykinis’. O conceito de bodykinis é o seguinte, o mesmo body que a cliente usa na praia, ela pode utilizar também no dia a dia. São peças produzidas de uma forma que trazem esse conforto. Muitas clientes estão comprando as peças para utilizar assistindo os jogos, usando com uma saia, um short modelo hotpant. Assim, trazendo essa versatilidade que a nossa moda permite”, explica.
Moda como identidade
“Pessoas querem utilizar o que diz sobre si”
(‘Laizona’, comerciante)
Audilay enfatizou ainda a importância da moda como elemento de conforto e representação:
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“Cada vez mais a gente vem apostando no novo, isso faz com que a gente coloque a essência. Existe a tendência, mas as pessoas querem utilizar o que diz sobre si. Então é sim uma copa diferente, trazendo muitas referências de copas antigas, desde os lugares que eram mais simples, mas com o novo que é se permitir usar algo diferente para assistir os jogos. Pois são peças que você pode trazer o conceito de cada um, de não só usar na Copa, o que é mais importante. A moda, assim como o nosso Brasil, é algo para a gente conhecer e estar presente sempre, não só em um momento. Algo que a gente está trazendo muito aqui é a importância de usar o verde, o amarelo e o azul agora, mas trazendo sempre em nosso dia a dia. Com o conceito de que é o Brasil que nós temos que representar, afirmação de quem nós somos, valorizando a nossa essência e nos conectando mais com o nosso país”, completa a comerciante em entrevista ao Acorda Cidade.
Das redes para o rolê
Aline Nascimento é empreendedora de moda feminina e, além de comercializar a tendência, utiliza em seu próprio guarda-roupa. Ela relembra também a influência das periferias nas roupas e acessórios BrazilCore.
“Ela é, na verdade, uma mistura de cores da bandeira do Brasil que algumas influenciadoras, tanto nacionais quanto internacionais têm usado e isso viralizou. Fizeram vários vídeos e viralizaram nas redes sociais, inclusive Anitta usou também. Na verdade, antigamente usava-se muito a blusa tradicional, era usada muito também nas periferias, usava-se muito a camisa do Brasil, a sandália também bem tradicional, que até hoje é muito usada. Mas a BrazilCore é uma tendência fashion atual, pincipalmente depois que as influenciadoras postaram. O pessoal está procurando muito, temos looks para todos os estilos. Se você for básica, nós temos a camisa tradicional, se você for mais fashion, temos paetês, lurex, cropped para todos os bolsos”, explica.
Expectativa de vendas
A comerciante comenta que a expectativa de vendas é boa e brinca com algumas ‘manias brasileiras’.
“Brasileiro deixa para cima da hora, tem algumas que antecipam, mas tem muitas pessoas ainda que deixam para cima da hora. Normalmente não chega reposição aqui na loja, são peças diferentes para usar nos vários jogos”, reforçou a empresária em entrevista ao Acorda Cidade.
Aline se diz confiante de que as roupas com a combinação verde e amarela vão permanecer mesmo após a Copa do Mundo.
“Eu creio que sim, vai continuar, porque está muito forte, nas redes sociais já fizemos vários (vídeos de) tiktoks e o pessoal abraçou muito. Nós temos biquinis, saídas de praia, calcinha também, dá para atingir a todo público.”
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