Bienal do Livro

Autor retrata Salvador futurista em HQ

Quadrinista independente, Bruno Marcelo mostra como foi o processo de criação da HQ Areia.

Foto: Eric Luis Carvalho/G1 Bahia
Foto: Eric Luis Carvalho/G1 Bahia

Os corredores lotados e a emoção do encontro com as obras e os autores têm sido as marcas da Bienal do Livro Bahia, que acontece desde o dia 10, no Centro de Convenções de Salvador.

Mas o evento, que não ocorria há nove anos na capital, também registra um dado triste. Essa é a primeira Bienal do Livro Bahia desde a morte dos cartunistas baianos Antônio Cedraz e Luis Augusto Gouveia, que morreram, respectivamente, em 2014 e 2018.

No entanto, o legado dos autores da “Turma do Xaxado” e “Fala, Menino”, segue presente, e é inspiração para novos quadrinistas independentes de Salvador.

Um deles é Bruno Marcelo, autor da HQ Areia. Convidado pela editora, ele esteve, nesta segunda-feira, (14) desenhando no stand, mostrando ao público como funciona o seu processo criativo.

“Vim hoje em parceria com a editora. É legal porque faço aqui o mesmo processo da produção do HQ. E as pessoas se interessam muito por ver o processo. Isso é muito legal,” contou.

Bruno falou do mercado de HQs na Bahia e disse que, após a morte dos dois principais autores do gênero no estado, a Bahia perdeu protagonismo, mas vê uma retomada por conta dos autores independentes.

“Com a morte do Luis Augusto e do Cedraz perdemos muito e ficou um vazio, mas acho que está voltando. Tem muita coisa sendo feita pelos autores independentes. Vejo como uma retomada, porque tem uma galera produzindo, sabe? Tem Hugo (Canuto, autor de Conto dos Orixás), tem Rocha Navegável (de Fábio Costa e Igor Souza). E o HQ tem participado de festivais em vários estados. Isso acaba motivando, porque você que seu trabalho autoral tem saída. É um processo que que está valendo a pena, que ainda vai crescer muito”, diz.

Sobre seu trabalho, “Areia”, à venda na Bienal, Bruno Marcelo diz que a ausência de Salvador em obras foi determinante para escolher a cidade onde nasceu como cenário do HQ.

“Areia é uma ficção científica que se passa em Salvador, no futuro. Onde não existem mais humanos e os androids são protagonistas. A personagem vem para Salvador buscar um desenho de falta na coleção dela. Eu fiz em Salvador porque eu sentia falta disso, de minha cidade como o cenário, de minha gente. Mesmo sendo uma ficção científica, na cidade é diferente, você identifica o metrô, identifica algumas coisas, porque eu acho importante a gente possa contar histórias nossas”, disse o autor.

Fonte: G1 Bahia

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