Construir relações de amizade ao longo dos anos é muito importante para uma qualidade de vida mais equilibrada, e na terceira idade isso é mais do que importante, visto que é uma forma de continuar deixando a vida fluir com o tempo, mas de forma positiva, com alegria, boas conversas, lembranças e muita saúde.
Na velhice muitos idosos tendem a ficar tristes, outros sentem-se abandonados e isso acaba desencadeando alguns males físicos e mentais. Por isso, a história de Dona Luzia e Dona Maria Laura chamaram atenção da reportagem do Acorda Cidade.
A amizade de longas décadas, entre duas amigas, é apreciada pelos filhos que observam com gratidão os inúmeros benefícios desse lindo laço afetivo.
Dona Luzia Silva dos Santos, 87 anos, contou ao Acorda Cidade como era difícil, há alguns anos, morar no bairro Rua Nova, em Feira de Santana.
“Cheguei no ano de 1961, no bairro da Rua Nova, eu morava em Milagres, na Bahia. O pessoal dizia que aqui era um pasto, não tinha água, não tinha luz, não tinha nada, era uma coisa terrível. Poucos habitantes, e foi uma vida difícil que passamos, porque lutamos para criar os nossos filhos e não foi fácil, mas graças a Deus estão todos bem… todos empregados, trabalhando, todos honestos”, relatou emocionada dona Luzia.
Hoje, a cidade está diferente, e o bairro da Rua Nova também. Segundo Luzia, quando chegou ao bairro, a primeira pessoa que encontrou foi Dona Maria Laura.
“Hoje está muito diferente do que era anteriormente. A primeira pessoa que encontrei aqui foi ela e o esposo dela. Foi a primeira família que encontramos e nos unimos. Os meninos dela quando chegam aqui é sempre uma alegria,” expôs.
Dona Luzia Santos revelou ao Acorda cidade que gosta de brincar, é bem-humorada, faz atividade física, abdominal e é muito vaidosa. A filha de Dona Luzia, Girlene Silva dos Santos, confirmou a vitalidade da mãe e disse ao Acorda Cidade que é muito difícil ver nos dias de hoje um laço de amizade tão bonito e que transpõe o tempo.
“É uma amizade bonita, de muito tempo. Quando a gente não se vê, uma tá sempre mantendo contato, perguntando uma pela outra. E apesar de ter a idade que tem, minha mãe é muito lúcida. Usa o celular, manda a mensagem, prega. Levanta de madrugada, dobra o joelho, não precisa ninguém para ajudá-la a se levantar. Super vaidosa, não dorme e nem acorda sem pentear o cabelo… Perfume em cima da cama, pente embaixo do travesseiro, porque quando levanta tem que pentear o cabelo,” descreveu.
A amiga de Luzia, Dona Maria Laura de Oliveira, 85 anos, atualmente mora no bairro Conceição, próximo a sua filha Taciana.
“Toda a vida fomos amigas e seremos até morrer. A primeira pessoa que ela conheceu aqui foi eu,” relatou.
Dona Maria Laura disse ao Acorda Cidade que daquela época sente falta de algumas amizades e de poder andar visitando algumas casas.
“Estamos sempre nos encontrando, até durante a pandemia. Atualmente moro no bairro Conceição perto da minha filha Taciana. Infelizmente fiquei longe das minhas amigas,” comentou dona Maria.
Em reportagem ao Acorda Cidade, Dona Maria Laura destacou que mora sozinha, mas não se sente sozinha.
“Eu me dou bem de morar sozinha. Eu moro com Deus. Eu cozinho, lavo roupa… na verdade, eu não, a máquina que faz todo o trabalho. Sempre tive assistência dos meus filhos”, contou.
Taciana Carneiro, filha de Maria Laura, evidenciou que essa amizade é muito linda e chama atenção por conta da lucidez, memória, saúde e vitalidade presente nas duas, independente da idade.
“A amizade delas é muito linda, são uma das primeiras moradoras da Rua Nova. Um parte dos filhos cresceram aqui, depois moramos na Pedra do Descanso, onde muito nasceram, inclusive eu, e de lá para cá, quando meu pai faleceu, retornamos para cá. Meu pai deixou minha mãe com 8 filhos e aqui foi uma família que financeiramente e em todos os sentidos, ajudou bastante a gente. Passamos por situações difíceis, mas Dona Luzia sempre foi uma amiga da gente, como mãe também era amiga dela. E eu achei sempre lindo a amizade, porque os filhos delas, todos eles, são como irmãos e o marido dela, era como um pai para gente, nunca deixou faltar nada para gente, quando a gente precisava. Então acho muito lindo a amizade delas, e na idade que estão, lúcidas, lembrando de tudo, de situações que passaram, como do vestido de casamento. E continuam lúcidas com a vida ótima, fico feliz, porque criamos laços de amizade,” salientou Taciana.
A amizade de Dona Luzia e Dona Maria Laura foram como uma base na vida dos filhos.
“A amizade delas sempre foi verdadeira, e todos os filhos foram criados com princípios, todos casados. E a rua Nova sempre teve uma má fama, e minha mãe nunca deixou a gente se desviar nem para direita nem para a esquerda. Todas criaram seus filhos, todos formados, com suas famílias. Uma base de amizade sincera,” concluiu.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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