Trabalhadores da policlínica do bairro Parque Ipê, em Feira de Santana, cruzaram os braços na manhã desta sexta-feira (4), em protesto contra o atraso dos salários atrasados. A paralisação das atividades foi em advertência, e os atendimentos só foram retomados a partir das 9h.
O Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde) acompanharam a manifestação, em apoio aos funcionários, que são terceirizados pela empresa IGI.
O diretor do sindicato, Silvanio Coelho, informou em entrevista ao Acorda Cidade que os trabalhadores estão sem salários há dois meses, e alguns funcionários que saíram de férias também não receberam os vencimentos.
“Está todo mundo aqui prejudicado. A vizinhança que está dando cesta básica, dando dinheiro do transporte para eles se locomoverem para a empresa, e até agora não temos nenhuma posição. Procurei a direção da empresa ontem. Estamos em situação grave, os trabalhadores precisam dos seus vencimentos e até agora não têm uma posição. São quatro policlínicas que eles administram aqui em Feira. Hoje são duas horas de paralisação. São 140 trabalhadores, como técnicos de enfermagem, enfermeiros, recepcionista, serviços gerais, entre outros. Vamos realizar uma assembleia para discutir a data prevista de greve por tempo indeterminado”, declarou.
Uma funcionária, que preferiu não se identificar, informou que faz faculdade e está pagando juros na mensalidade por conta do atraso do salário.
“Não tenho outra fonte para tirar e fazer o pagamento. Sou mãe de família, tenho dois filhos e dependo do meu trabalho. Aí fica difícil para a gente, que somos plantonistas, eu dou plantão à noite, e temos que vir para cá dois meses sem receber e quando procuramos informação, não tem previsão de ser pago, então a gente fica impossibilitado de vir. Estamos fazendo essa paralisação de advertência, mas vamos parar geral”, protestou.
Outra funcionária terceirizada destacou que foi preciso tomar essa medida brusca, e que todos podem parar por tempo indeterminado.
“Paralisamos as atividades devido à falta de salários e tivemos que buscar essa medida brusca porque os juros não esperam. A gente tem contas para pagar. Tem gente vindo do Jomafa andando para a policlínica do Parque Ipê porque não tem dinheiro para vir trabalhar, mas todo mundo honra com seus compromissos, a gente vem para o trabalho, mas chegou em um nível que vamos ter que parar”, disse.
Em nota a prefeitura municipal informou que:
“A Prefeitura de Feira de Santana esclarece que o não repasse de recursos para as empresas que fornecem mão de obra para UPAs e Policlínicas é uma consequência da falta de dotação orçamentária. Os pedidos foram encaminhados para a Câmara desde o mês de agosto e o Município aguarda apreciação por parte do Legislativo. A Prefeitura dispõe de dinheiro em caixa, mas precisa da autorização legal da Câmara. Vale ressaltar que os recursos para manutenção destas unidades são de receita própria do Município.”
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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