Eleições

Economista espera índice maior de abstenções no 2º turno das eleições

Segundo ele, em entrevista ao Acorda Cidade, ainda não é possível prever o quantitativo de eleitores

Urna eletrônica
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O economista Amarildo Gomes, que votou no Colégio Estadual Assis Chateaubriand, neste domingo (30), fez uma avaliação sobre a possibilidade de aumento das abstenções no segundo turno.

Segundo ele, em entrevista ao Acorda Cidade, ainda não é possível prever o quantitativo de eleitores que deixaram de votar, porém ele acredita que a porcentagem pode ser 5% maior que no primeiro turno do pleito eleitoral.

“É mais difícil fazer com que as pessoas votem no segundo turno e existe uma pressão menor. No primeiro turno você tem os candidatos a deputado, que levam os eleitores, forçam a barra, ficam mais próximos. No segundo turno, a coisa fica mais solta, o custo existe, as pessoas se deslocam menos e os mais pobres têm mais dificuldade de ir votar, mesmo com a liberação dos transportes gratuitos, principalmente os moradores de cidades do interior. Menos gente vai votar, o número a gente não pode prever ainda, mas com certeza o número de abstenções deve ser 5% maior que no primeiro turno, que foi 20% e agora deve dar uns 25 a 26%”, previu Amarildo Gomes.

Economista Amarildo Gomes_
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ele destacou que nem todas as pessoas tiveram acesso ou foram informadas sobre o direito à gratuidade no transporte intermunicipal, por exemplo, sobretudo eleitores mais pobres de cidades do interior.

“Nem todos tiveram acesso às gratuidades. As pessoas que têm carro conseguem se deslocar, mas as pessoas mais pobres, infelizmente, acabam deixando de votar em função dessa dificuldade de transporte. Agora está mais fácil porque são só dois candidatos apenas, no caso da Bahia, mesmo assim a abstenção é algo que é criada antes na cabeça do eleitor. Quem decidiu votar vai, quem não decidiu foi em função das dificuldades. A minha cidade natal, por exemplo, custa R$ 80 para ir e voltar, e tem muita gente que foi no primeiro turno e não foi neste segundo turno, porque é muito caro. E por mais que tenha sido liberado, as pessoas acabaram não se programando antes para ir”, refletiu.

Em relação sobre os impactos da eleição para a economia brasileira, ele afirmou que o país tem uma estrutura de produção já organizada e em prática, e entre um presidente ou outro não vai mudar coisa, porque a estrutura já está feita.

“Para se ter uma ideia, as 500 maiores empresas do Brasil são de fora, 97% tem capital externo, então muda muito pouco, porque certamente vai se colocar um ministro da Economia que tenha a mesma linha de mercado, de conservar as contas públicas, não gastar mais do que arrecada, tentar baixar a inflação que está muito alta, ou seja, controlar a economia dentro dos princípios normais de qualquer país capitalista como é o Brasil. A população não deve esperar milagre.”

Acerca da inflação para 2023, ele acreditou que deve ficar mais ou menos dentro da meta, entre 5 e 6% no máximo.

“Os preços já estão muito elevados e temos um limite, se aumenta muito há um desequilíbrio, porque as pessoas não têm como comprar, elas deixam de comprar e forçam a queda dos preços, por isso que é aumentada a taxa de juros para diminuir o poder de compra da população, e portanto sobrar mercadoria nos supermercados, o que está acontecendo, e alguns setores já estão com dificuldade de vender, a exemplo de laticínios. Então obviamente, há uma pressão e baixa o preço da carne, do leite,” concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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