Neste domingo (30), é comemorado o Dia do Fisiculturista. A data busca homenagear este atleta que se dedica à arte de esculpir os músculos do próprio corpo. Em Feira de Santana, muitas pessoas são adeptas do esporte e participam de competições, a exemplo de Leonardo Silva Queiroz, de 26 anos, que mantém uma rotina de treinos e alimentação totalmente focada nos resultados para participar de competições dentro da atividade.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Leonardo contou que começou a praticar musculação há cerca de 2 anos e meio e a partir de uma brincadeira começou a se interessar no fisiculturismo.
“Geralmente a minha rotina hoje é baseada em um cronograma, onde eu preciso fazer de cinco a sete refeições todos os dias e ter um momento de descanso e treinamento. Eu acordo às 6h, faço minha primeira refeição, vou para o trabalho, e durante o dia faço as refeições necessárias para obter as calorias que eu preciso por dia, e mais um aeróbico de 40 minutos todos os dias, sendo que eu tenho um dia de descanso durante a semana”, relatou.
O fisiculturismo entrou na minha vida de Leonardo após o instrutor fazer um desafio com ele.
“Ele me desafiou a ter um físico de palco e nessa brincadeira eu acabei entrando para competir, pegando uma colocação muito boa e me apaixonei pelo esporte. O fisiculturismo é um auge da estética muscular, onde o atleta tem um corpo esculpido e manter um físico com o máximo de massa muscular e com o menor percentual de gordura possível. Este ano participei de duas competições fora do estado da Bahia, que foi o Mister Olímpia Brasil Amador, no estado de São Paulo, e participei também do Muscle Content, em Aracaju”, contou.
Segundo o atleta, a alimentação dele é totalmente programada e direcionada para o objetivo.
“Tem momentos que a gente tem uma dieta mais flexível e pode comer algumas coisas fora da dieta, mas quando estamos em preparação, levamos tudo muito a sério e com responsabilidade. Nossa alimentação é muito baseada em arroz, aveia, ovos, frutas, vegetais, a base de proteína é ovo, peixe e peito de frango, suplementação de proteína. E como a gente precisa bater um número de calorias por dia, a gente não faz merenda, são seis refeições calculadas. A minha refeição pré-treino hoje, por exemplo, é 200 gramas de arroz e 200 gramas de frango, mais vegetais.”
De acordo com o fisiculturista, as competições acontecem em todos os anos, dependendo do cronograma da federação.
“Hoje no Brasil existem três federações ou mais, onde os campeonatos são divididos em vários estados brasileiros, e o time de jurados vai analisar vários critérios, como condicionamento, volume muscular, simetria muscular, e a gente precisa ao máximo no padrão dos árbitros.”
Para Leonardo Queiroz, o esporte representa para ele muito mais que um físico bonito, mas sim um estilo de vida saudável.
“Eu quero continuar competindo, e além da competição, quero levar esse estilo para o resto da minha vida. Não é somente mostrar um corpo como estética, mas uma vida saudável. A gente se cuida muito, estamos tendo sempre um acompanhamento médico, evitamos bebida alcoólica, dorme uma quantidade de sono diário com o máximo possível, além de uma alimentação totalmente saudável.”
O treinador Cauê Marinho, que acompanha Leonardo da Silva Queiroz há cerca de 1 ano e meio, ressaltou que a preparação tem como foco as competições.
“Eu costumo dizer que o fisiculturismo é o único esporte que você carrega no corpo. Um jogador de futebol, você pode reconhecer, se for famoso, mas o fisiculturista, você olha para o corpo dele e sabe que é um atleta, que demanda as 24 horas. Da hora que acorda à hora que vai dormir a rotina deve ser totalmente pensada para o resultado dele, que depende da comida, do treinamento e do descanso. Ele não pode, por exemplo, ir ao cinema e não pensar na comida dele se não estiver em preparação. Claro que existem momentos que está mais flexível, que ele pode comer tranquilo, mas se ele estiver no período de competição e quiser ir ao cinema, ele vai preparar a refeição dele e levar”, observou.
Segundo o treinador, normalmente, o atleta tira um período de 12 semanas, que é um período de três meses que antecede a competição, para se preparar.
“Este é o momento de tentar diminuir o percentual de gordura, aumentar o percentual de massa magra dele e nessa fase a gente vem com a dieta gradativa, e aos poucos vai reduzindo as calorias, porque ele precisa chegar a um percentual de gordura muito baixo, que não é nem saudável. O corpo que ele fica na competição não leva para a vida inteira, fica ali no máximo duas semanas, porque não é saudável para o ser humano ficar com 3 ou 4% de gordura no corpo.”
Segundo Cauê Marinho, uma das formas de preparação do corpo para a competição é a redução do consumo de água.
“Existem diversas formas de se preparar, estratégias onde as pessoas tiram a água e outras em que a pessoa diminui. Mas a água é extremamente importante, até mesmo para a hidratação muscular. Existe, sim, a diminuição do consumo, mas somente pelo período do atleta mostrar a desidratação subcutânea, mas com uma hidratação muscular muito boa.”
O treinador também ressaltou que existem muitos mitos sobre o esporte e o atleta de fisiculturismo.
“Um dos mitos relacionados à profissão é a de que o fisiculturista não busca desenvolver sua inteligência, mas esse é o esporte onde a ciência está mais ativa. Se você não conhecer de ciências, biologia, biomecânica, bioquímica, não tem como estar ali. É por isso que a gente vê coisas dentro do esporte, então a gente precisa de fato estudar. Outro mito é a de que a pessoa vai conseguir ficar rica. Nosso esporte tem crescido bastante no Brasil, mas como atleta em si dificilmente vai conseguir viver do fisiculturismo”, ressaltou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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