‘Na política, assim como no futebol, não devem existir inimigos’, diz arcebispo emérito sobre casos de intolerância

O arcebispo emérito de Feira de Santana Dom Itamar Vian refletiu nesta quinta-feira (27) sobre o aumento da intolerância na política nacional e local. Ele retomou as suas funções há alguns dias no município, após viajar a sua terra natal, Porto Alegre, aonde reviu os familiares depois de um período sem poder reencontrá-los devido à pandemia de Covid-19.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o arcebispo emérito concluiu que o país vive dias difíceis, em virtude da proximidade das eleições presidenciais, pois a intolerância entre os grupos partidários tem propiciado situações que não deveriam acontecer em uma disputa eleitoral.

“Estamos vivendo dias um pouco delicados, difíceis, porque no próximo domingo (30) teremos eleições, mas infelizmente o clima hoje não está propício para certas situações, por isso que devemos todos colaborar para termos um domingo de paz, fraternidade, colaborar para o bem comum e uma das formas é votar e cumprir nosso dever de cidadãos”, informou.

Na opinião dele, é possível dialogar e até mesmo discutir sobre a política, mas nunca levar a discussão ao extremo.

“Nós podemos dialogar e discutir, no bom sentido, sem brigar. Discordar não significa brigar. Uma disputa eleitoral pode ser comparada a uma disputa entre dois times de futebol. Você é do Bahia e eu sou do Grêmio. Terminada uma partida os vencedores se alegram, e os que têm realmente educação, abraçam os vencedores, então na política não deve existir inimigos, como também no futebol. Nós somos adversários, se um time ganha o outro deve reconhecer que perdeu e cumprimentar o que ganhou com todo o respeito, assim é na política, não devem existir inimigos, e sim adversários”, destacou.

Segundo Dom Itamar, o candidato que vencer a eleição assim como todo o seu eleitorado devem assumir uma posição de respeito ao vencedor, a fim de que todos possam exercer de forma especial a sua cidadania.

“Aquele que vencer deve ser cumprimentado com todo respeito e educação, por aquele que perdeu. Assim deve ser na política, de uma forma especial, onde todos colaboram para o bem do nosso país. O voto é uma arma muito significativa para cada eleitor assumir a sua responsabilidade de exercer sua cidadania e dar sua contribuição para o bem do país, através do voto”, avaliou Dom Itamar.