Há 8 anos a ONG Patinhas de Rua cuida de animais abandonados, em situação de rua ou vítimas de maus-tratos em Feira de Santana. A entidade, no entanto, vem enfrentando dificuldades para conseguir se manter, em virtude da queda nas doações e também do número de adoções por parte da população.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a presidente da ONG, Patrícia Santos, revelou que atualmente abriga mais de 100 animais e por não dar conta das despesas e cuidados com todos, precisou parar de abrigar novos cães e gatos, até que a situação venha a melhorar.
“Nossa associação surgiu em meados de 2013 para 2014, mas só em 2016 a gente conseguiu legalizar como uma ONG. Ela nasceu da vontade de ajudar, pois já existia uma entidade aqui em Feira e vários outros protetores independentes, e nasceu para somar, porque a quantidade de animais que vinham sendo abandonados até hoje não para, eles não davam conta, como a gente também não dá conta. Hoje a gente tem mais de 100 animais, eu não faço conta, mas a gente deu uma trégua, teve que parar, porque as adoções não chegam, e a gente meio que vai acumulando, porque aqueles animais que a gente já cuidou e está dando para adoção, não tem interesse das pessoas para adotar. A gente não devolve para a rua, porque eles já têm uma afinidade com a gente e isso dificulta pegar novos animais”, revelou Patrícia Santos.
Ela também falou sobre a dificuldade em conseguir voluntários para ajudar nos cuidados com os animais, e por isso tem que pagar auxiliares.
“O ponto X da questão é que a gente não tem voluntários, essa parte é escassa, e para a gente estar cuidando dos animais temos que pagar, não chega a pagar salário porque não dá, mas a gente dá uma gratificação e divide em turnos, para a gente poder dar conta dos cuidados. Estamos em uma sede alugada. Em São Simão, a gente conseguiu comprar, mas tivemos que devolver os lotes que compramos, e estamos tentando estruturar na Pedra Ferrada, que será nosso mesmo.”
Segundo Patrícia Santos, a queda das doações em dinheiro e também de materiais tem levado a ONG a permanecer com as contas no vermelho.
“Estamos no vermelho, a gente deve às clínicas R$ 17 mil, eu consegui botar o valor que a gente paga aos cooperadores e tivemos que pagar este final de semana, pois tem duas quinzenas que a gente não conseguia pagar, fora os gastos com ração, que nem isso a gente está recebendo como antes. É muito preocupante, porque a gente está fazendo obras, construindo novos canis e também tem as despesas fixas da ONG, que é em torno de R$ 12 mil. São oito pessoas que ajudam a gente a cuidar, a Embasa, Coelba, ração, medicamentos, laboratórios, veterinários, então a gente tem essas despesas fixas que precisamos estar honrando e estão cada vez mais escassas”, contou em entrevista ao Acorda Cidade.
Ela pede que as pessoas se sensibilizem e não abandonem animais nas ruas da cidade. Além disso, é importante que a população apoie os cuidadores voluntários e as ONGs.
“Cada um pode fazer sua parte, ninguém é obrigado a gostar e adotar, mas se adotar, que faça com responsabilidade, tem que vacinar para os bichinhos não ficarem doentes, porque acabam contaminando os outros animais que estão na rua, e fica uma bola de neve que a gente não consegue dar conta. As pessoas também podem ajudar o projeto financeiramente com o PIX de 1 real, mensalmente, e se a ajuda chegar coletivamente, a gente consegue pagar as despesas.”
Saiba como ajudar
A população pode contribuir com a ONG Patinhas de Rua através da doação de materiais, como ração, materiais de limpeza e medicamentos, além de transferências bancárias a partir de R$ 1 para a chave PIX da entidade, que é o CNPJ 29.776.891-0001/54.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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