Acorda Cidade
O primeiro longa-metragem do cineasta baiano Harrison Araújo, Para Nóia, que se encontra em fase de pré-produção, lança luz sobre a realidade e o cotidiano de usuários de “crack”, no Brasil e na Colômbia. O filme se propõe a mostrar as reais conseqüências socioeconômicas causadas pelo consumo desta droga e as consequências da marginalização dos viciados.
As filmagens e entrevistas com especialistas e usuários de crack serão registradas no Brasil, nos estados da Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, e na Colômbia, nas cidades de Medellin e Bogotá. A previsão é finalizar as gravações em Janeiro de 2012. Personalidades como o médico Dráuzio Varela e o ex-presidente Fernando Henrique foram convidados para dar seus depoimentos no filme.
As gravações na Colômbia serão apoiadas por uma produtora local, que está na fase final de negociação com a Movimento Filmes, numa coprodução entre os dois países latinos americanos.
Para Nóia
O documentário descortina a relação estabelecida entre o usuário de crack e as práticas sociais. Entra nas “crackolândias” e confronta olhares diversos sobre o problema, para, a partir disto, segundo o diretor, "construir outros caminhos possíveis para o diálogo com esta realidade".
A viagem
De acordo com Harrison, a ideia é proporcionar uma experiência estética pautada na relação íntima que será estabelecida entre o filme documental e as pessoas que o assistirão. “Não perdendo de vista toda a complexidade poética que este encontro implicará”, diz.
O documentário surge como um grito de socorro que pretende atingir todos os âmbitos e esferas da sociedade. “A ameaça que não tem cor, sexo e muito menos classe social vem se tornando cada dia mais íntima e possuidora de seus usuários. A sociedade está imersa em um verdadeiro cárcere privado, causado por esta nova realidade que se alastra velozmente, desestruturando famílias e ceifando vidas”, conta o diretor.
Debate social
Para Nóia tem como objetivo, ainda, provocar; trazer a sociedade civil, o Estado, as instituições religiosas, os pesquisadores e os usuários, para a discussão. “Salientamos as causas, as formas mais eficientes de prevenção, o combate e a reabilitação”, conta.
A ideia é exibir o documentário no Circuito Cinema Sala de Arte e nas principais comunidades em risco social da América latina.
“Vamos exibir o filme nas principais salas do Brasil, Colômbia, no circuito alternativo do Chile e nos principais festivais da América Latina”, revela o diretor. As informações são do iBahia.