Feira de Santana

Filha de idoso internado em UTI reclama de atendimento

A filha do idoso diz que não encontra respostas por parte da direção e acredita que há muito descaso por parte da equipe médica.

HGCA
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A moradora do bairro Conceição, em Feira de Santana, Alessandra dos Santos Conceição Queiroz denunciou, nesta quarta-feira (14), que há dias tenta conseguir uma resposta do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), sobre a situação que levou o pai de 65 anos a contrair diversas escaras pelo corpo, perder a fala e até mesmo amputar um dos membros, após dar entrada na unidade por conta de uma queda.  

Segundo Alessandra Conceição, em entrevista ao Acorda Cidade, o pai Antônio Conceição, que reside no bairro Pedra do Descanso, deu entrada na emergência do hospital no dia 5 de maio, depois de sofrer uma queda que fraturou a coluna e formou um coágulo de sangue no paciente.

paciente internado no HGCA
Foto: Arquivo Pessoal

Ela informou que o pai ficou internado aguardando por uma cirurgia, que seria realizada dentro de 15 dias. Nesse período contraiu uma escara que se tornou profunda e difícil de tratar.

“Aqui ele ficou aguardando para ver a extensão do coágulo e se iria passar realmente por essa cirurgia ou se iria fazer uma drenagem, mas até então não tivemos resposta. Além disso, por ele estar há muito tempo acamado pegou uma escara e teve uma infecção”, explicou.

Após passar um período internado, o paciente recebeu alta e ficou sendo acompanhado em casa para tratar a ferida.

paciente internado no HGCA 2
Foto: Arquivo Pessoal

“Depois procuramos o acompanhamento para tratar essa escara, que não estava tendo resposta. A gente bateu em diversas portas para resolver a situação dessa escara, porque a cada dia estava ficando profunda e chegou a ficar com 12 centímetros, no grau 4, é um ferimento que ficou muito profundo pelo descaso que estava acontecendo. Ele ficava só em uma posição, e a gente da família não podia acompanhar ele no setor que ele estava, que foi a sala vermelha, a UTI e também a sala de estabilização. Ele recebeu alta através do internamento domiciliar, onde estava sendo acompanhada essa escara, com atendimento de fisioterapia, pelo programa Qualivida”, relatou a filha.

Alessandra Conceição contou que o pai precisou retornar ao hospital devido à pressão baixa, com isso, novamente ficou internado e contraiu novos problemas de saúde.

“Desse dia em diante, ele já ficou na sala vermelha, e a gente também não podia ter acesso, a gente vinha apenas para buscar o boletim, e segundo o hospital ele ia precisar fazer uma cirurgia de urgência, pois uma das pernas já estava com gangrena. Dentro de 7 dias que retornou para cá, conseguiu pegar três novas escaras, abertas e infeccionadas, o pênis ficou todo ferido e infeccionado, e a escara que estava sendo acompanhada pelo núcleo de feridas do Qualivida, abriu novamente. Numa sexta-feira à noite,  a assistente social entrou em contato com a família pedindo autorização para o hospital fazer uma amputação de uma das pernas, que a gente vinha reclamando no momento que ele estava internado que ele sentia bastante dor e o hospital dizendo que não. Eu estava em cima perguntando para o hospital porque meu pai sentia bastante dor no pé da barriga e eles diziam que era normal”, explicou.

A filha do idoso busca saber porque o pai chegou a esta situação, porém, segundo ela, não encontra respostas por parte da direção e acredita que há muito descaso por parte da equipe médica.

“A gente está querendo uma resposta porque dentro de 7 dias que ele retornou surgiram novas escaras, já fez a amputação de uma perna, meu pai está sem falar, em estado de desnutrição, debilitado, e o hospital não quer dar um boletim para a gente da situação que o levou a ficar nesse estado. A gente vem pedindo respostas e eles estão se negando a dar. Procurei o diretor geral daqui e ele me pediu para aguardar, que me daria um retorno de acordo com o prontuário. Só que todas as tardes a família está aqui pedindo respostas e o hospital se recusa a dar. Meu pai está na UTI e entubado, e a gente não sabe por que uma queda o levou a esse estado. O hospital tem como obrigação dar para a gente um retorno. Ele entrou por conta de uma queda e está nesse estado lamentável. Isso é descaso que está acontecendo nesse hospital, e a gente quer uma resposta, como família”, desabafou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Em resposta às declarações, o diretor médico do HGCA, Karlos Figueiredo, afirmou que o hospital sempre busca fornecer relatórios dos pacientes internados aos seus familiares.

“Nós temos a rotina de boletim diário, através de conversas com familiares dos pacientes, onde esclarecemos as dúvidas sobre o plano terapêutico, equipe médica e diversos outros pontos que ela elencou, que não tem como eu esclarecer separadamente porque posso estar entrando na privacidade do paciente e de forma legal não é permitido eu publicizar. O hospital sempre se mantém parceiro dos familiares durante o tratamento dos pacientes. Deixei isso claro quando ela esteve comigo e expliquei sobre o que houve com o pai dela, desde o primeiro internamento, quando ele teve o trauma, ficou acamado e teve algumas complicações durante o internamento domiciliar, como ela mesmo colocou, retornando para a unidade. Ele já retornou para a unidade com um quadro um pouco mais grave e a gente vem fazendo de tudo para poder cuidar desse paciente, para que ele restabeleça a sua saúde e retorne ao seu lar”, declarou o diretor.

Segundo ele, os profissionais do HGCA se dedicam diariamente ao seu trabalho com muito amor para cuidar da saúde das pessoas e fazem campanhas de humanização, cuidado e atenção.

“Então esse trabalho é contínuo, principalmente com transparência e acolhimento das famílias. Em nenhum momento o hospital se recusa a fornecer relatórios, nós temos a rotina de fornecer relatórios de pacientes, quando familiares precisam dar entrada no INSS, precisam de uma prova de vida, isso é uma rotina da unidade”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.  

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