Moradores de Jaguara relatam dificuldades para trafegar na Estrada da Ponte do Rio Branco

Quem precisa trafegar todos os dias pela Estrada da Ponte do Rio Branco, estrada de terra que dá acesso ao distrito de Jaguara, em Feira de Santana, precisa ter bastante cuidado, atenção e principalmente paciência, por conta da buraqueira.

Com este período de chuva, o que já estava ruim ficou pior, como relatou o taxista Gilvan Jesus de Souza, à reportagem do Acorda Cidade.

Segundo ele, por conta das péssimas condições de trafegabilidade no local, é necessário fazer manutenções no veículo com grande frequência.

“Todos os dias eu estou passando aqui na estrada e sempre enfrentando isso, não tem carro que aguente, uma mecânica, uma direção, uma suspensão, sempre estou na oficina para poder trocar. A prefeitura não se preocupa em mandar uma máquina passar aqui na estrada para poder melhorar um pouco, a desculpa é sempre que está chovendo, mas não é todo dia que está chovendo. Nós temos oito dias que o tempo ficou estiado, então tinha como eles mandarem passar uma máquina, jogarem cascalho, mas não fizeram”, informou.

Ainda de acordo com Gilvan, para não ter prejuízos com o veículo, a única solução é trafegar pela estrada com velocidade reduzida, mas chamou a atenção para o perigo por conta de assaltantes.

“O jeito aqui não tem outro, é ter que andar com, no mínimo, 10 km/h, se for mais do que isso, é certeza danificar o veículo, mas a gente sabe que se for dessa forma, corremos o risco de assaltos. A estrada é perigosa, não tem segurança, iluminação, e com essa buraqueira toda, chegam os meliantes e levam o carro. Mas eu posso dizer, até porque tenho como comprovar, nessa brincadeira toda, que eu já gastei cerca de R$ 800, não tem 15 dias, porque tive que trocar o pivô, a ponteira, a bucha de bandeja, pastilha, porque o carro não aguenta ficar passando por aqui”, pontuou.

Morador da região, o mecânico Francivaldo da Silva contou, à reportagem do Acorda Cidade, que a maioria dos clientes sempre está realizando serviços de suspensão nos veículos.

“Isso aqui é uma grande vergonha e, pelo visto, o poder público fica ausente do caso. Eu, que sou mecânico, passo aqui tanto de carro quanto de moto e sei da realidade dos outros motoristas. Isso acaba com a suspensão, pneu, e todos os cuidados devem ser tomados, porque o grande problema que se tem são as suspensões, não tem como resistir com tanta buraqueira. O que a gente recomenda é passar devagar, mas com uma estrada dessa, nesse perigo, fica complicado”, relatou.

Dernival Alfredo Costa é comerciante e possui um quiosque na Ponte do Rio Branco. De acordo com ele, a estrada ficou esquecida pelos poderes públicos, e a cada dia que passa, a situação se complica.

“Todos os dias eu preciso passar por aqui, a situação é precária, já realizei vários serviços em meu veículo, já tive problemas na suspensão, no estabilizador, e quem mora aqui não aguenta mais. Eu tenho moto, mas até de moto se torna difícil, porque precisamos desviar das crateras. Eu acho que desde que o prefeito se elegeu, não passou nenhuma máquina aqui. Hoje é só buraco e lama, ninguém toma providência”, informou.

Ao Acorda Cidade, o superintendente de Operações e Manutenção de Feira de Santana, João Vianey, informou que as atividades de recuperação das estradas estão sendo prejudicadas por conta do período chuvoso.

“Nós temos conhecimento das estradas, mas nós estamos em um momento crítico de chuvas. Nós estamos há muito tempo com uma frequência, com um volume de chuva atípico. A gente tem atuado no distrito de Jaguara, especificamente, nós estamos com uma máquina em Sete Portas, mas não estamos conseguindo avançar na velocidade adequada em virtude exatamente do tempo. Estamos mobilizados, estamos estruturados, mas essa condição de chuva não permite, e em alguns momentos existe uma reclamação da comunidade porque tem um dia de sol e entende que aquele dia seria possível realizar as atividades, mas na verdade não, quando você envolve atividades de terraplanagem, você exige uma condição de umidade do pavimento e do material adequado que nós não temos, e é importante frisar que um trecho não pavimentado que ele não tem revestimento, nessa condição da chuva, é mais agressiva”, explicou.

De acordo com o superintendente, as últimas atividades realizadas no distrito foram feitas no mês de maio.

“Pelos relatórios, no final do mês de maio deste ano a máquina estava lá naquela região, atuamos também na ligação de Jaguara até Pedra Ferrada, que é uma das mais importantes. Já foram feitas também várias vezes a ligação de Jaguara até a Estrada do Feijão, tem apelo do povoado do Mendonça e nós estamos atuando, mas infelizmente a chuva impede a nossa atividade ou pelo menos reduz, e a gente não tem um avanço adequado. É importante também ressaltar que estamos tendo conversas constantes com o pessoal da SMT, com o pessoal do transporte público, nós recebemos informações também da questão da educação, do transporte escolar, então efetivamente nós priorizamos estes locais em virtude do fluxo maior de estar levando essa condição das pessoas para trabalhar, das crianças para estudar, então realmente o tempo tem provocado isso, mas nós voltamos a frisar que estamos trabalhando e estamos atuando, contamos que o tempo agora possa dar uma estabilizada para que a gente possa avançar e fazer um trabalho com maior velocidade”, concluiu.