Cerca de 80 atletas participaram neste domingo (4), em Feira de Santana, do Campeonato Baiano de Kung Fu Wushu. O evento foi realizado na Estação Cidadania, no bairro Gabriela e trouxe a modalidade da luta de sanda, na qual valem chutes, socos e projeções (quedas).
Participaram atletas de todo o estado, com idades entre 13 e 39 anos, sendo 19 lutadores de Feira de Santana. Ocorreram 30 lutas programadas, sendo três lutas de mulheres com seis participantes.
O campeonato foi promovido Federação Baiana de Kung Fu Sanda, com o apoio da Prefeitura de Feira, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer.
O atleta Wesley Alec Pereira da Silva, 24 anos, pratica o Kung Fu há três anos. Ele está no segundo grau da luta e em breve passará para o terceiro nível.
“Fui para Brasília, onde nossa equipe disputou o campeonato brasileiro, onde nós conseguimos o terceiro, quarto e quinto lugar. E para eu me tornar um mestre da arte faltam três níveis, sabendo todas as técnicas e dominar a arte da forma mais completa. Minha avaliação sobre esta competição é que aqui teve muita gente boa, que nunca foi visto no cenário, mas que tem futuro”, avaliou o participante.
Para Wesley Alec, o Kung Fu significa toda a mudança e compreensão que a vida precisa. “Tenho até tatuado na minha coxa as iniciais do Kung Fu, porque mudou a minha vida. O que me motivou a praticar o esporte foi a perda de peso. Eu estava obeso e não queria sair de casa, caindo em uma depressão. Treinando para perder peso, me apaixonei pela arte, e hoje participo de competições e dou aula, hoje tenho minha turma”, explicou.
Mestre de Kung Fu e presidente da Federação Baiana de Wushu de Sanda, Alencastre Honório Moura contou ao Acorda Cidade como surgiu a iniciativa de sediar um campeonato de Kung Fu em Feira.
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“Feira de Santana é um encontro do polo regional e atende diversos municípios do estado da Bahia. Isso iria facilitar a chegada dos nossos atletas e fomos bem recepcionados aqui, por isso a escolha do município. Tivemos lutas de Kung Fu, denominado Sanda ou box chinês, que é dividido em três rounds nas categorias infanto-juvenil, juvenil e adulto. Temos diferenças nas regras de uma para outra, mas a grosso modo você pode imaginar que é um box com chute e queda, então vai ter golpes de braço, de perna e arremesso. Nas competições internacionais, a área de combate é elevada a 80 centímetros do chão, de 10X10. O atleta pode ser arremessado da área de combate e ele saindo da área subentende-se que ele caiu. São três rounds de 2 minutos cada, com intervalo de 1 minuto, e ganha o atleta que vencer a melhor de três, 2 rounds ou um nocaute, para se consagrar vencedor daquela luta”, informou o mestre Alencastre Honório.
Ele acrescentou que no Kung Fu existem muitas categorias divididas por peso. O feminino é separado de quatro em quatro quilos e o masculino de cinco em cinco.
“A nossa federação foi fundada em 2017. Nós só não realizamos o evento em 2020 por causa da pandemia, e em 2021 realizamos um evento pequeno, não tão expressivo quanto esse, mas a arte já existe há muitos anos, tivemos outras federações e sempre tivemos eventos menores, com um público menor, e agora estamos buscando agregar e fomentar essa modalidade no estado. Na China, existem mais de 100 estilos de Kung Fu e estamos tentando na Bahia unificar a arte. Existem outras federações dentro do estado da Bahia, porém essa que realizou o evento hoje está ligado à Federação Brasileira, ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro), os órgãos internacionais, e os atletas daqui se classificam para campeonatos nacionais, pan-americanos, um sul-americano”, destacou.
Ainda conforme Alencastre Honório, a Federação Baiana de Kung Fu vem buscando já há alguns anos incluir os atletas desse esporte nas Olímpiadas.
“O Kung Fu está tentando entrar como convidado, desde a década de 90, para ingressar como esporte olímpico e estamos pleiteando isso já há alguns anos. A Confederação é registrada no COB, porque a gente está pleiteando isso já há alguns anos. Tem Olimpíadas Universitárias e temos alguns eventos testes, mas olímpiadas ainda não. O Kung Fu é uma arte milenar, não é somente um esporte, e o atleta uma vez que começa a treinar leva isso como uma filosofia de vida e leva para o filho, para o neto, o resto da vida”, ressaltou o presidente da Federação.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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