Até a última terça-feira (23), a Bahia contabilizou 661 desligamentos a pedido dos próprios recenseadores que optaram pelo encerramento de suas atividades.
Conforme a Coordenadora de Divulgação do Censo Demográfico na Bahia, Mariana Viveiros, a porcentagem de desistência de recenseadores observada em Feira de Santana e região, está dentro do esperado.
A Bahia teve 12.485 pessoas contratadas para trabalharem como recenseadoras. Essas pessoas vão aos domicílios para coletarem informações essenciais e que vão ajudar a construir e revelar o retrato social do nosso país.
“Em Feira de Santana tivemos 530 recenseadores contratados e até a manhã de terça, tivemos 20 desligamentos. O percentual de desligamentos na Bahia é de um pouco mais de 5%, em Feira de Santana temos 3,8% de desligamentos, são porcentagens dentro do esperado, tendo como base censos anteriores. O IBGE trabalha com uma rotatividade de até 10% de desligamentos então até 10% está dentro do esperado e estamos confortáveis, principalmente, porque as pessoas que saem ou desistem por algum motivo são substituídas por outras que recebem treinamento em tempo real, então a gente não fica com um desfalque de equipe durante muito tempo. Estamos o tempo todo repondo essas vagas seja por um cadastro de reservas ou por seleções complementares, então a gente não tem prejuízo no trabalho”, esclarece Mariana Viveiros.
Motivos de desistência
O censo demográfico 2022 que teve início dia 1º de agosto com previsão para encerramento no dia 31 de outubro, no entanto, muitos recenseadores estão desistindo das suas funções por conta de xingamentos, assédios, ameaças, desconfianças e notícias falsas que acabam dificultando o trabalho do recenseador e aumentando o receio de moradores, impossibilitando a entrada desses trabalhadores nas residências.
Mariana Viveiros, contou ao Acorda Cidade, que os motivos de desistência dos recenseadores são variados.
“As causas para a desistência são diversas: são pessoas que não se adaptam; acham que aquilo não é para elas e desistem; são pessoas que recebem outras propostas, tem outras oportunidades, seja em termos de trabalho ou de estudo; ou outras questões na vida delas, que fazem com que elas desistam do trabalho como recenseadores”, aponta.
Perfil dos recenseadores
A Coordenadora de divulgação chama atenção para o perfil dos profissionais que estão trabalhando como recenseadores.
“A gente tem pessoas muito jovens no estado como um todo, mais ou menos 60% das pessoas que entraram na primeira leva de recenseadores, estavam no primeiro emprego. Então são pessoas muitos jovens, muitas delas ainda estudam, e esses são fatores que muitas vezes acabam levando-as a desistirem do trabalho”, disse.
Mariana Viveiros salienta que o índice de desistência na Bahia como um todo, são índices abaixo do limite de 10%. E assegura que uma vez que acontecem os desligamentos, novas convocações são feitas a partir dos candidatos que estão no cadastro de reservas, e todas as pessoas que são contratadas passam por uma semana de treinamento.
“Caso a gente não tenha mais ninguém nessa fila, nesse cadastro, a gente abre uma Seleção Complementar, mas ainda não tivemos a necessidade de fazer isso, desde que começamos o censo para recenseadores aqui no Estado”, informou Mariana.
Transparência
Segundo Mariana Viveiros, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não tem registro de nenhum atraso no pagamento de recenseadores.
“A gente teve sim, um problema na ajuda de custo no treinamento daqueles primeiros recenseadores que receberam o treinamento em julho, então tivemos problemas no nosso sistema e problemas no cadastro dessas pessoas, algumas informaram o número de conta errado, o CPF com dígito errado, alguns informaram uma conta poupança e o recomendado é uma conta corrente. Então, temos hoje na Bahia, cerca de 600 pessoas, das 12.485, que estão com um atraso na ajuda de custo do treinamento”, explicou.
A coordenadora ressalta que o atraso do pagamento não está relacionado ao trabalho que os recenseadores estão realizando na coleta de informações, pois este trabalho, segundo ela, está sendo realizado conforme a dinâmica do trabalho.
“Sabemos que apesar de ser pouco percentualmente, as pessoas que estão com atraso na ajuda de custo do treinamento precisam que isso se resolva o quanto antes. O IBGE fez um esforço intensivo, o problema no sistema foi solucionado e a gente inclusive está agora optando por fazer ordens de pagamentos para o dinheiro está nas mãos das pessoas o mais rápido. Então, esses recenseadores já estão sendo avisados para irem aos seus bancos e receberem esse dinheiro e esperamos zerar esse número de atrasos, no máximo, até o fim da semana, porque sabemos que essa questão prejudica as pessoas”, acrescentou.
Dinâmica do trabalho
Conforme aborda Mariana Viveiros, os recenseadores ganham por produtividade, eles só recebem o pagamento pelo trabalho deles quando encerram a sua primeira área de trabalho, chamada de setor censitário. Os recenseadores precisam ir a todos os domicílios e recolher a informações de todas as pessoas, cada informação de cada domicílio é única e insubstituível.
Por isso, é tão importante que a população esteja segura e tranquila para receber os recenseadores do IBGE. “O questionário mais curto que praticamente todo mundo responde dura 5 minutos, é rápido, não vai tomar tempo,” disse
Ao contribuir com o trabalho dos recenseadores garantimos que eles possam receber o seu pagamento e, além disso, contribuímos com a nossa cidade e com o nosso país.
“Enquanto eles não conseguem ter as entrevistas, eles ficamcom pendências que atrapalham a vida deles e compromete todo esse retrato que o censo traz, que é um retrato fundamental para as políticas públicas para as decisões da iniciativa privada, para as decisões das comunidades, e até para as nossas decisões pessoais. Então por favor atendam os recenseadores, os recebam e deem essa colaboração tão valiosa para o nosso país,” destaca Mariana.
Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade
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