Atualizada às 14h15
Devido aos constantes assaltos, os moradores do bairro Limoeiro em Feira de Santana, convivem com o medo e a insegurança. Os criminosos agem a qualquer hora para roubar celulares, estabelecimentos e veículos das vítimas.
O clima de insegurança no bairro, levou alguns moradores a confeccionarem cartazes para colar nos postes de iluminação, alertando a população sobre os riscos do local e a necessidade de registrarem Boletins de Ocorrência, caso sejam abordados por algum bandido.
O alerta nos cartazes também vem acompanhado do número da central da Polícia Militar, que é o 190. A intenção é que, à medida que as queixas são registradas, a corporação tome conhecimento das situações e aumente o policiamento na região, dando um freio na criminalidade.
Uma das moradores que participa desta ação, Adenilde da Silva Santos reside no Limoeiro há mais de 50 anos e se mostrou indignada com o que vem acontecendo. Ela lamenta não poder sair de casa sem ter medo do que possa acontecer.
“É uma situação difícil, a gente vive com medo. Você não pode andar com um celular na rua, tem que ficar em casa. Você sai e do nada aparece ou o pessoal senta em algum lugar para almoçar, e os celulares são levados. Um rapaz parou a moto dentro da lojinha dele e um assaltante entrou, pegou a moto, o celular e ainda o deixou ajoelhado dentro da loja”, relatou, em entrevista ao Acorda Cidade.
A moradora disse que nunca presenciou nenhum assalto na rua, porém a filha sim, e sempre ouve falar de pessoas conhecidas do bairro que foram vítimas.
“Eu nunca presenciei nenhum assalto, mas sempre estão acontecendo, como roubo de moto, que eu vejo o povo postar. Em um restaurante minha menina presenciou no horário de meio-dia o pessoal almoçando e foi surpreendido, e ela viu o rapaz deitado. A polícia a gente vê de vez em quando, mas eu creio que não passa mais, porque as pessoas não registram as queixas, então para a polícia está tudo em paz. Não vejo as pessoas dizerem que foram assaltadas e registraram a queixa, então como é que a polícia fica sabendo que está havendo assalto no Limoeiro?”, questionou.
Também morador há muito tempo do bairro Limoeiro, Cesár Corró afirmou que a situação é crítica e já ocorre há anos.
“A situação do Limoeiro é crítica, e há muito tempo que está assim. A gente tem um ponto de apoio aqui da polícia, mas a tecnologia não ajuda só o cidadão de bem, mas também aos marginais. Não sei como, mas os marginais são avisados quando a polícia está na área e aí depois que passa, começam a acontecer os assaltos. A travessia do Limoeiro para a antiga Yazaki tem assalto direto, ali na BR, e aqui no Limoeiro, só em um dia, teve assalto ao pessoal das empresas, meio-dia assaltaram o pessoal do restaurante e à noite levaram uma moto no campo de futebol”, contou.
Ainda na opinião dele, muitas pessoas de outros bairros da cidade frequentam o Limoeiro, por ser uma área industrial e de muito comércio, mas desconhecem os riscos.
“O pessoal comparece inocentemente achando que é um bairro pacato, afastado e rural por assim dizer, e vem tranquilo, mas aí sofre um assalto. A gente está avisando aos de fora, porque os moradores daqui já sabem que a qualquer hora podem ser assaltados”, completou.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o major Denis Anderson, comandante da 65ª CIPM (Companhia Independente de Polícia Militar), informou que as guarnições têm feito rondas constantes na região do bairro Limoeiro.
“Infelizmente a gente tem uma área muito extensa e não temos como colocar um policiamento exclusivo do bairro. Mas as guarnições responsáveis pelo setor têm atuado, inclusive temos o apoio tanto da 66ª quanto da 67ª, que devido à proximidade também têm feito muitas ações exitosas e temos dedicado os finais de semana, quando ocorre o maior índice de ocorrências nas localidades da nossa área, e temos feito operações extras. Trabalhamos em cima do que chamamos de mancha criminal, que são as áreas que demandam uma atenção especial”, ressaltou.
Ele destacou ainda que é necessário que a população realize as denúncias através do telefone 190 da Polícia Militar e registrem o Boletim de Ocorrência em uma delegacia de Polícia Civil informando as características físicas dos autores e horários de atuação.
“Estamos aqui sempre de portas abertas para receber os representantes da nossa comunidade. Se não existir a denúncia ao Cicom e um registro na delegacia, o crime não existe para nós. Queremos mais uma vez clamar que a população procure os canais oficiais de denúncia”, encerrou.
Com informações dos repórteres Ed Santos e Aldo Matos do Acorda Cidade
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