Poeta Bráulio Bessa
Talvez no primeiro toque. Talvez no primeiro olhar. Talvez na primeira vez que eu ouvi você falar que eu segurei sua mão, que recebi atenção pequeno, recém-nascido, eu não tive consciência e essa minha inocência lhe fez um “Desconhecido”.
O tempo não muda os olhos, mas mudou o meu olhar. Passei a lhe conhecer, passei a lhe admirar e muito observador observei que amor é algo que se constrói. Ali tinha percebido que aquele desconhecido já era meu grande herói.
Com o tempo acelerando, eu cresci mais um pouquinho. É quando a gente acredita que já conhece o caminho. E você pai insistia contra minha rebeldia me mostrando a direção, e o olhar do adolescente passa a lhe ver diferente: o herói vira vilão.
E você tão paciente espera o tempo passar com a virtude dos justos e o dom de perdoar me vê amadurecer e perceber que você é cuidado, é abrigo, é conselho, é proteção, e de repente o vilão vira meu melhor amigo.
E o tempo ainda acelera, não volta, só vai pra frente. Resta guardar o passado e aproveitar o presente do seu lado. O futuro nem parece inseguro e o hoje é “intensidade”. O tempo não vai parar e um dia sem avisar, o amigo vira saudade.
É aí que carne e osso se transformam em sentimento. Dessa vez o tempo para e é justo nesse momento que aquele desconhecido jamais será esquecido. Um sentimento tão terno, um amor que é de verdade, faz o que era saudade se transformar em eterno.
Fonte: https://www.tudoepoema.com.br/
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