“Você não manda em mim!” A frase foi dita, em tom de desabafo, por uma menina de 08 anos, Valéria, à sua mãe. Depois de uma tarde de brincadeiras com seu cachorrinho de estimação, Valéria deixou a sala em completa desordem. E quando Luísa, a mãe pediu-lhe que guardasse os brinquedos, veio a reação da menina. A mãe teve plena consciência de estar numa encruzilhada. Casa fraquejasse, a menina
assumiria o comando para o futuro. Num livro cheio de bom senso, Tânia Zagury, professora de Psicologia da Educação, afirma que está na hora de os pais assumirem o comando. Não se trata de intimidar, mas estabelecer limites, recuperar sua posição de autoridade. A educação passou de um extremo a outro. Se as crianças não enxergam os pais com autoridade, acabarão brigando e discutindo,
exatamente como fazem com seus amiguinhos. Há pais que, simplesmente, têm medo dos filhos. Muitas vezes delegam a autoridade para pessoas estranhas no sentido de colocar limites. É o caso da criança que agarra tudo o que vê no supermercado, e a mãe, medrosa, alerta:”Não faz isso que a moça(a vendedora) não gosta”. Muitas vezes acaba comprando tudo o que a criança quer e que não precisa.
Caso contrario, a criança chora e faz escândalo. A psicóloga Lourdes Correia, numa situação assim, tomou a mão da criança e ambas saíram do shopping, sem comprar nada. A filha entendeu que existem limites e que a chantagem não resolve. Mas não será uma única atitude que vai resolver. Trata-se de um processo que começa muito cedo. Estabeleçam normas e limites. Isso desde os primeiros anos, e não
permitam que sejam desrespeitados. Isso requer coerência e pontos de vista comuns entre o pai e a mãe. Com tranqüilidade –sem gritar – expliquem aos filhos as razões da ordem dada. E com toda a tranqüilidade aguardem que a crise passe. E os pais não podem esquecer: reservem tempo para os filhos!
Não há alternativa. Mensagem retirada do livro Na escola da vida de Dom Itamar Vian e Frei Aldo Colombo