Entrevista

Médico tira dúvidas sobre transplante de córnea artificial

Atualmente, Rogério do Sacramento, junto com a doutora Liliana Cruz, é médico responsável pelo Centro Oftalmológico do Hospital São Matheus em Feira de Santana.

Daniela Cardoso

O Dr. Rogério Silva do Sacramento, graduado em Medicina pela Escola Baiana de Medicina e Saúde, especializado em córnea e doenças oculares externas, catarata, cirurgia retrativa, lente de contato e ultra sonografia ocular pela Universidade Federal de São Paulo (USP), e tem doutorado em Medicina oftalmológica pela (USP), esteve na manhã de quarta-feira (17), no programa Acorda Cidade. Ele tirou dúvidas sobre transplante de córnea artificial.

Atualmente, Rogério do Sacramento, junto com a doutora Liliana Cruz, é médico responsável pelo Centro Oftalmológico do Hospital São Matheus em Feira de Santana.

Acorda Cidade – O primeiro transplante foi feito em Feira de Santana?

Dr. Rogério Na verdade não foi um transplante porque o paciente não precisou de uma córnea doada, nós fizemos o procedimento com a própria córnea do paciente, porque o olho dele tinha condições de utilizar a própria córnea.

AC – Quando deve ser utilizada a córnea artificial?

Dr. Rogério A córnea artificial é recomendada para pacientes que sofreram queimaduras graves, que esse tipo de queimadura mata todas as células que regeneram a córnea. Então se nós utilizarmos uma córnea normal de doador, ela não vai se desenvolver e, o paciente perde o transplante.

AC – A córnea artificial pode provocar reação adversa?

Dr. Rogério Essa córnea é um biomaterial, e não é totalmente inerte. Pode dar um tipo de inflamação controlável, que permite que essa córnea não seja colocada para fora do olho. Depois tem que haver um acompanhamento, porque é uma cirurgia complexa e deve haver também o tratamento para o resto da vida, usando colírios e lentes de contato para evitar que essa córnea resseque.

AC – Feira de Santana possui banco de olhos?

Dr. Rogério Não possui. A Bahia é um pouco atrasada nessa parte de transplante porque com a nova resolução de 1997, o estado demorou em média 10 anos para ter o seu primeiro banco de olhos, e nós sofremos até hoje com isso. Atualmente, são aproximadamente 1.000 pacientes na fila de transplantes, e são realizados em torno de 100 a 200 transplantes por ano, então a fila demora um pouco para andar. Agora o Clériston Andrade está com uma equipe nova, captado transplante e é sempre bom divulgar.

AC – Com que material que é confeccionada a córnea artificial?

Dr. Rogério É feita de um plástico, um acrílico de alta qualidade, são mais de 30 anos desenvolvendo esse tipo de córnea. Atualmente nos Estados Unidos foram desenvolvidos mais 4 mil cirurgias desse tipo.

AC – A população tem condições financeiras para realizar esse procedimento?

Dr. RogérioNós conseguimos uma doação de algumas córneas, então pessoas simples podem realizar esse procedimento, mas precisamos que seja liberado pela ANVISA o protocolo que está correndo na Universidade Federal de São Paulo, para conseguimos baixar o custo, e para que o Sistema Único de Saúde (SUS) também comece a pagar por esse procedimento, porque existe uma demanda muito grande.

AC – Qual a importância da visita ao oftalmologista?

Dr. Rogério Logo que nasce a criança deve ser feito o exame do olhinho, logo depois aos 6 meses deve fazer uma visita a um oftalmologista e depois anualmente.
 

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