O relator da CPI da saúde, o vereador Ivamberg Lima, ressaltou na manhã desta quinta-feira (4), que a deflagração da Operação No Service da Polícia Federal, contra supostas irregularidades cometidas pelo atual secretário de Saúde, Marcelo Britto, é apenas a ponta do iceberg.
De acordo com ele, em entrevista ao Acorda Cidade, este foi apenas um dos indícios de irregularidades que está sendo apurado pela PF contra a gestão do secretário e outros membros do governo municipal, diante de tudo que foi encontrado durante a investigação da CPI da Saúde.
“Há muitos outros desdobramentos, porque muitos pontos que nós evidenciamos ainda não começaram a ser investigados pelos órgãos de pertinência, a exemplo de desvio de dinheiro do Fundo Municipal de Saúde. Pessoas contratadas para trabalhar em outros órgãos, que não a Secretaria de Saúde, mas que eram pagas com o dinheiro da secretaria. Por exemplo, quatro pessoas trabalharam com o procurador Moura Pinho, e eram pagos pela Imaps, que recebia recursos do Fundo de Saúde. Dinheiro do Fundo de Saúde sendo desviado para pagar procurador. Isso não pode acontecer. Além de superfaturamento de programas de computador que estão nas Upas, em que é contratada uma empresa, e esta subloca de uma empresa da região sul, chegando a valores exorbitantes. Fora a simulação da venda do HTO, que nós chegamos a isso, a partir da CPI”, elencou o vereador.
Ivamberg Lima destacou que a deflagração da Operação No Service, na manhã de hoje, aconteceu porque ficou demonstrado, através das oitivas e documentos, para a Polícia Federal e os vereadores, de que o secretário Marcelo Britto não prestou nenhuma consultoria para a UPA da Queimadinha, conforme relatado por ele, mas recebeu o valor de R$ 200 mil da empresa que administra a UPA.
“Um ponto da CPI foi evidenciado, que foi a questão da consultoria prestada pela empresa GSM, do secretário Marcelo Britto. Isso levou à operação da PF chamada No Service, porque eles viram e nós mostramos aqui com as oitivas e documentos que Marcelo Brito não prestou nenhuma consultoria. Primeiro, porque ele não conhecia ninguém que trabalhava à época la na UPA da Queimadinha, em 2020. Depois ele disse que na época a diretora de lá era a dona Ivete, mas ela disse que nunca viu Marcelo Britto lá e que não o conhecia. Depois era uma UPA tipo 1, que não tem serviço de ortopedia, mas ele afirmou aqui que fazia essas consultorias via teleconferência analisando radiografias de ortopedia, sendo que lá não tinha. Então tudo isso levou a Polícia Federal e nós a concluirmos que não houve nenhuma prestação de serviço. Porém o mais grave é que esse serviço foi pago, com uma nota de R$ 200 mil, a GSM recebeu”, informou.
Outro indício de irregularidade que está em investigação, segundo o relator da CPI da Saúde, é a participação do secretário de governo Denilton Brito no esquema, além da possibilidade de envolvimento do prefeito Colbert Martins.
“Essa nota de R$ 200 mil foi autorizada o pagamento pelo senhor Denilton, por isso que ele também está sendo afastado. Mas quem autoriza a pagar notas é o gestor maior, que é o prefeito Colbert. Então me pronunciei hoje e conclui dizendo que nossa CPI não acabou em pizza nem em bode. A CPI da Saúde, diferente do que muitas diziam de que acabou em pizza, acabou em café da manhã com carro preto da Polícia Federal, na Secretaria de Saúde, no paço municipal, na UPA da Queimadinha”, declarou.
Sobre as denúncias feitas pelo vereador Ivamberg relacionadas ao pagamentos de notas, o prefeito Colbert Martins informou que irá se pronunciar sobre o assunto formalmente através de comunicação oficial.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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