Há mais de cinco meses sem receber correspondências, os moradores do distrito de Humildes realizaram um novo protesto, no último sábado (16), contra o fechamento de uma unidade dos Correios no local. A insatisfação e os prejuízos com o cancelamento do serviço se estendem também para os residentes de Maria Quitéria (São José), que precisam se deslocar até a sede do município para conseguir retirar cartas e mercadorias.
Em entrevista ao Acorda Cidade, na manhã desta quarta-feira (20), o secretário de Agricultura e Recursos Hídricos de Feira de Santana (Seagri), Pedro Américo, informou que os Correios cancelaram o convênio firmado com a prefeitura para entrega das correspondências aos moradores da zona rural.
“A prefeitura tinha disponibilizado alguns funcionários, inclusive locado imóveis tanto em Humildes quanto em Maria Quitéria para que os Correios pudessem chegar à nossa população da zona rural. No ano passado, os Correios emitiram uma nota informando que aqueles funcionários não poderiam mais terceirizar o serviço. A partir daí, fizemos algumas tratativas, mandamos alguns e-mails para a superintendência em Salvador, mandamos comunicado para o Ministério em Brasília, mas não obtivemos resposta. A resposta do governo federal em relação aos Correios foi o silêncio”, justificou Pedro Américo.
De acordo com ele, a prefeitura justificou aos Correios a importância do serviço, visto que a população desses distritos é maior do que a de muitos municípios na Bahia onde tem unidades do órgão estatal instalado.
“Mesmo assim nem a unidade de Feira, nem a de Brasília nos respondeu, mas temos total interesse em fazer esse convênio. Não que isso seja obrigação da prefeitura, tratar sobre os Correios, mas a gente entende a necessidade da zona rural e historicamente a prefeitura auxiliou nisso e no ano passado quando os Correios disseram não ter mais interesse nessa parceria, deixou completamente desassistida a nossa população. Eles fizeram um comunicado falando das condicionalidades. A gente tinha os cooperados que faziam esse trabalho. Nós inclusive até agradecemos esses funcionários que ficaram muito tempo usando inclusive até do seu recurso para pegar os malotes nos Correios e faziam a distribuição com as pessoas”, afirmou.
Pedro Américo ressaltou que toda a estrutura dos postos dos Correios nos distritos era bancada pela prefeitura, como aluguel, transporte e funcionários.
“Os Correios, na verdade, nunca deram nenhum tipo de infraestrutura. Então é uma situação muito difícil, porque mesmo com toda essa vantagem os Correios não querem fazer com que o convênio possa existir. A questão não é sobre os servidores efetivos ou cooperados. A justificativa que eles deram é que os nossos funcionários não tinham formação adequada para fazer o serviço, mas a obrigação não é da prefeitura e sim dos Correios, que tem que entregar a carta na casa do povo. Mas existe um processo todo de privatização e sucateamento dos Correios, que a gente vê que é nacional, e quando se coloca uma condicionante dessa não foi no sentido de mudar o perfil do servidor, mas uma justificativa para cancelar o convênio. Já tem mais de 10 anos que a prefeitura ajuda os Correios com a população”, observou.
O secretário garantiu que a prefeitura continuará insistindo para que os Correios retornem com a parceria. “Mas vamos continuar insistindo com o governo federal para que possa dar uma solução o mais rápido possível. O prefeito tem interesse e ele pediu que a gente estruturasse com mais veículos para ajudar a população da zona rural, mas infelizmente sem a autorização dos Correios a nível nacional, isso não é possível.”
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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