Dia do Homem

Psicólogo destaca importância do homem romper com preconceitos e cuidar da saúde mental

Aumentou o número pacientes homens em consultórios de psicologia.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Nesta sexta-feira, dia 15 de julho, é comemorado o Dia do Homem, que devido à pandemia e os problemas gerados por ela, passaram a buscar com mais frequência os cuidados, não só com a saúde física, mas também a saúde mental.

Para o psicólogo Ciro Rios, que atua em Feira de Santana, vivemos em uma sociedade machista e por esse motivo também ainda há muito preconceito por parte do homem em cuidar da sua saúde mental. No entanto, cada vez mais essa realidade tem se transformado.

“O homem tem sim melhorado essa busca pela saúde mental. Tem começado a perceber que precisa de ajuda, não só para as emoções, ao falar como se sente, mas também problemas como a depressão, ansiedade, parar de pensar que só pode cuidar da saúde quando estiver no extremo”, afirmou o profissional de saúde ao Acorda Cidade.

Ele destacou que nos últimos dois anos, em virtude da pandemia, aumentou o número pacientes homens em seu consultório, porém esperava que esse índice fosse maior.

“Depois da pandemia, as pessoas começaram a se perceber dentro de casa, presas, não tendo mais uma rotina, não tendo mais como fugir dos problemas. A pandemia veio mostrar isso. Você não controla a vida, não controla tudo, não tem como fugir de olhar para dentro de você, e essa procura realmente aumentou devido à ansiedade de ficar dentro de casa, quadros depressivos, onde o homem não conseguia socializar mais depois da pandemia. Tem pessoas que passaram por problemas financeiros e isso também abala as pessoas. O desemprego também, com muita gente fechando comércio e inúmeras situações. E essas sequelas que a própria covid traz não são só físicas, mas também mentais, como a perda de memória. Tudo isso vai agravando a saúde mental”, explicou o psicólogo.

Apesar do aumento do número de atendimentos para homens, Ciro Rios ressaltou que muitos homens não buscam a terapia, pois ainda acreditam que não podem chorar, não podem sofrer, sentir dor. Mas, todo homem precisa, sim, de cuidados e procurar ajuda é uma das formas de se ajudar e romper com o preconceito.

“O homem é ensinado a não conversar, a não falar, e que ele deve resolver os problemas dele sozinho, mas na terapia o homem aprende a não se importar com a opinião dos outros. Tudo na nossa infância, o meio que vivemos influencia quem a gente é. E eu sempre falo para as pessoas que eu venho de uma família muito bem estruturada, onde meu pai nunca levantou a voz então tecnicamente meu comportamento vai ser muito parecido. Mas eu tenho amigos e pacientes que viveram em ambientes muito conturbados, então eles não sabem o que é ter paz, não sabem o que é ter harmonia, equilíbrio e nunca viveram isso, o que influencia muito nas escolhas”, observou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

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