IBGE

Com menos uso de camisinha e contraceptivos, proporção de adolescentes que engravidaram mais que dobrou em Salvador

Os dados são da Análise dos Indicadores Comparáveis da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2009-2019, para as capitais brasileiras, divulgada nesta quarta-feira (13).

Gravidez na adolescência
Manuel Alejandro/ Leon Pixabay

Em Salvador, nos dez anos entre 2009 e 2019, aumentou a ocorrência de diversos comportamentos que representam potenciais riscos à saúde entre os estudantes do 9º ano – cerca de 90% deles com 13 a 15 anos de idade. Os dados são da Análise dos Indicadores Comparáveis da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2009-2019, para as capitais brasileiras, divulgada nesta quarta-feira (13).

O estudo foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a pesquisa, dentre esses comportamentos, as relações sexuais sem camisinha ou outros métodos contraceptivos passaram a ser mais informadas, ao mesmo tempo em que, entre 2015 e 2019, a proporção de estudantes mulheres que, no 9o ano, já tinham tido relação sexual e engravidado mais que dobrou, indo a 17,3% e levando Salvador ao topo do ranking nesse indicador entre as capitais – empatada com Maceió/AL.

Em 2019, em Salvador, quase 4 em cada 10 estudantes do 9o ano (38,2%, 3o maior percentual entre as capitais) já haviam tido ao menos uma relação sexual. Dez anos antes, eram 35,8%. Embora em 2019 a proporção dos estudantes que haviam tido relação sexual continuasse bem maior para homens (44,8%) do que mulheres (31,6%), foi apenas entre elas que o indicador avançou frente a 2009, quando 24,4% das estudantes mulheres haviam feito sexo, frente a 50,7% dos homens.

Havia também uma diferença significativa para esse indicador entre os estudantes da rede pública e privada. Nas escolas públicas de Salvador, em 2019, quase metade dos adolescentes cursando o 9o ano já haviam tido sua iniciação sexual (47,4%, 2o maior percentual entre as capitais) enquanto na escolas privadas a proporção era de 16,9%. Além disso, frente a 2009, a proporção de estudantes que já haviam tido relação sexual aumentou apenas na rede pública (era de 38,3%) , enquanto diminuiu um pouco nas escolas particulares (era de 19,8%).

Além de mais adolescentes já terem iniciado a vida sexual ao chegar ao 9o ano, uma proporção maior estava fazendo sexo sem proteção, fosse contra doenças ou contra gravidez. Em 2009, quase 7 em cada 10 estudantes que já haviam feito sexo (69,6%) disseram que um dos parceiros usou camisinha na última relação; dez anos depois, o percentual havia caído para pouco mais da metade (54,9%).

Houve quedas importantes tanto entre homens (de 72,8% para 59,6%) quanto mulheres (de 64,8% para 48,2%) e entre estudantes das redes pública (de 69,0% para 54,7%) e particular (de 74,0% para 56,4%).

Quando se leva em conta, além da camisinha, a adoção de outros métodos para evitar gravidez durante a relação sexual, também houve recuo, embora bem menos intenso. Em 2019, 67,7% dos estudantes soteropolitanos do 9o ano que já tinham feito sexo adotaram algum método para evitar gravidez (inclusive camisinha), frente a 69,9% em 2009.

Entre os homens, a proporção praticamente não se alterou (de 67,7% para 67,9%), e a queda ocorreu apenas entre as mulheres (de 73,3% em 2009 para 62,6%). A redução também foi mais expressiva entre estudantes da rede privada (de 70,6% para 65,8%) do que nas escolas públicas (de 69,8% para 65,7%).

Ao mesmo tempo em que mais adolescentes já faziam sexo e menos usavam camisinha ou outros métodos contraceptivos, entre 2015 e 2019, em Salvador, a proporção de mulheres, dentre as sexualmente ativas, que, no 9o ano escolar, já haviam engravidado mais que dobrou, de 6,2% para 17,3%.

O aumento foi na contramão do verificado no total das capitais, onde a proporção de adolescentes, dentre as que já tinham relação sexual, que engravidaram caiu de 7,2% para 6,5%. Com o 2o maior aumento em pontos percentuais, Salvador passou a liderar o ranking das capitais brasileiras nesse indicador, em 2019, empatada com Maceió/AL (17,3%). Em 2015, a capital baiana estava apenas no 18o lugar.

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