Com o sonho de voltar aos campos, como um grande jogador de futebol, o goleiro Rubens Andrade da Nóbrega, de 23 anos, que trabalha como ajudante de educação física em uma ONG de Feira de Santana, busca auxílio de pessoas da comunidade para realizar uma cirurgia no joelho.
Em entrevista ao Acorda Cidade, ele contou que sofreu uma ruptura do ligamento, enquanto atuava em um time de futebol, na cidade de Picuí, na Paraíba, porém as cláusulas do contrato não cobriam as despesas médicas.
O jovem contou que chegou a entrar em depressão e se viu sozinho na luta para conseguir um tratamento.
“Aqui no Nordeste, eu passei pelo ABC, na categoria de base, assinei meu contrato profissional com 16 anos com o América de Natal, tive uma passagem curta pelo Alecrim de Natal, Santa Cruz de Natal, fui para Socorrense jogar o campeonato sergipano Sub 20, pela Socorrense. De lá, fui para o Náutico, depois fui para o Picuiense. Eu estava com 18 anos, ia fazer 19, quando acabei sofrendo uma lesão, eu estava na Paraíba batendo um baba. Acabei rompendo o ligamento do joelho e nessa hora que eu me vi só, pensei que tinha amigo e não tinha, pensei que tinha colega e não tinha, muitas pessoas não perguntavam mais como eu estava, mais nada. Entrei em depressão, passei quatro meses sem querer sair de casa e acabei tomando um outro rumo na vida, foi buscar o plano B, porque eu já não queria mais”, relatou o jovem.
Ele contou que começou a fazer bolos para vender e chegou a trabalhar comercializando o produto em diversos lugares do Brasil, até chegar em Feira de Santana, onde começou a trabalhar em uma casa de bolos e conheceu o diretor da ONG Projeto Irmão Solidário (Proiso), chamado Luciano Benção, que o convidou para ajudar na entidade na parte de educação física.
“A ONG trabalha com crianças, com a comunidade, com jovens. E eu ajudo, ele me trouxe para cá, me deu uma vida novamente, porque assim eu estava sem vida, eu me encontrava em uma casa sem vida, sozinho, sem família, não tinha mais intimidade com as pessoas. Recebo uma ajuda de custo, ajudo aqui com pessoas, com as mulheres com funcional, ajudo bastante.”
Segundo Rubinho, a cirurgia deve reparar o ligamento cruzado, que ocorreu uma ruptura no menisco medial lateral. No entanto, o procedimento custa em torno de R$ 9 mil, e ele não tem condições de arcar com esse custo.
Diante dessa necessidade, o jogador está fazendo uma campanha, que começou no dia 26 de abril, para arrecadar recursos e conseguir realizar a cirurgia. “Já mandei para os meus amigos ex-jogadores, amigos que estão no país aí no Confiança, amigo de Portugal e estão ajudando.”
De acordo com Luciano Benção, diretor do projeto Irmão Solidário, a ONG foi criada há 13 anos por uma equipe de pessoas que já faziam trabalho voluntário, com o objetivo de prestar assistência social por meio da distribuição de cestas básicas, ajuda humanitária, através de cobertores, a famílias em vulnerabilidade social.
Segundo ele, Rubinho entrou para o projeto Irmão Solidário no ano de 2021 e auxilia em atividades esportivas com crianças e adolescentes.
“Nós nos conhecemos, porque no mundo do futebol as pessoas não têm um trânsito muito difícil, e através de um atleta do nosso projeto, conheci um pouco da história dele. Ali naquele momento em que nos encontramos, fiquei comovido com a situação dele, porque ele amava o futebol, porém estava atuando em outra atividade, que era fabricando bolos. Então fiz a proposta pra ele, já que nosso projeto é uma ONG, a gente não tem recurso, mas eu disse que Deus iria fazer algo muito grande na vida dele. Eu disse que ele precisava dar um passo à frente, que seria tomar conta de algumas crianças que tínhamos no projeto. Já tínhamos um professor e já tivemos outros, mas naquele momento eu poderia oferecer pra ele era ter o contato novamente com crianças e adolescentes, se lembrando da carreira dele, e ali começou toda uma história. De lá para cá já temos um ano juntos e ele tem nos dado muita alegria”, declarou Luciano Benção.
Ele explicou que a ONG não recebe recursos do poder público e se mantém com a ajuda financeira de parceiros. E Rubinho por trabalhar em tempo integral para a ONG recebe uma ajuda de custos, proveniente da contribuição dos jovens que participam das atividades.
“Como ele parou todas as atividades que ele fazia e vive somente para o projeto, ele recebe uma contribuição, que não é salário, nada exorbitante, mas algo para sobrevivência dele. Ele recebe da contribuição que é paga pelos alunos que participam do projeto. A ONG hoje não recebe nada do governo municipal, estadual, nem federal, temos alguns parceiros amigos, que com o decorrer do tempo, nós ganhamos a credibilidade da comunidade. De acordo com o tempo em que estamos atuando, encontramos parceiros que se solidarizam com alguns trabalhos que fazem o trabalho funcionar bem.”
Vendo a situação do ex-jogador e sonho que ele tem de voltar aos campos de futebol, Luciano Benção disse que iniciou a campanha junto a parceiros da ONG e também através das redes sociais, a fim de que algum profissional médico se sensibilize e auxilie Rubinho a realizar a cirurgia em Feira ou Salvador.
“A ONG sempre esteve de portas abertas e foi iniciativa minha de começar esse auxílio para ele, procurando alguns amigos, e também percebemos que além dos amigos, a grande ferramenta são as redes sociais, pessoas de fora e, graças a Deus, chegou ao conhecimento do Acorda Cidade”, declarou.
Como ajudar
Além de atendimento médico, a campanha busca arrecadar recursos para que Rubinho possa arcar com os custos provenientes do tratamento no joelho. As doações podem ser feitas através do PIX (75) 98800-8423.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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