Com a chegada dos festejos juninos, é muito comum a prática do uso de fogos, seja daqueles mais fracos, aos mais potentes e até mesmo, guerra de espadas, que mesmo sendo tradicional neste mês de junho, é proibida por lei, por causa do risco à vida.
O Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, é referência para atender pacientes que foram queimados.
Em entrevista ao Programa Acorda Cidade, o diretor médico da unidade, Dr. Antônio Carlos Neto, explicou que o Hospital possui um Centro de Tratamento, para receber pacientes de média complexidade.
“Atualmente o Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, é uma ferramenta da Secretaria de Saúde do Estado, e sua estrutura conta com um centro de tratamento para queimados. Este é um setor específico, como também existe no HGE [Hospital Geral do Estado]. Nós somos uma unidade de média complexidade, e o HGE, de alta complexidade, então somos um conjunto para atender estes pacientes que venham a se acidentar”, disse.
De acordo com o diretor médico, novas estratégias estão sendo aplicadas para este período de São João, tanto com o quadro de profissionais disponíveis, quanto com os materiais que são utilizados.
“Sempre nesse período de São João, a gente tem a preocupação de criar um plano de ação, tanto para a nossa emergência, quanto para o nosso Centro de Tratamento de queimados. Então a gente reforça este grupo, faz estratégias do ponto de vista de insumos, porque muitas vezes existe a necessidade do uso de curativos especiais para tratar os pacientes, então estes insumos são providenciados previamente em um volume maior, dentro da previsibilidade do incremento de casos. Todos ficam de prontidão aguardando estes pacientes que normalmente procuram a nossa unidade, seja através de demanda espontânea ou pela Central Estadual de Regulação, já que somo referência no estado, e não apenas aqui na região do recôncavo”, explicou.
Questionado sobre a diferença entre uma queimadura causada por fogos e uma queimadura doméstica, o diretor chamou a atenção sobre as formas de tratamento em ambas as situações.
“O que vai diferenciar basicamente, é o nível de contaminação daquele local, a lesão que deixa na pele é muito semelhante, assim como a lesão que existe também por gelo, o gelo também queima. As lesões são muito semelhantes, mas o que mais diferencia é o nível de contaminação daquele local. A pólvora e tudo mais que está ali envolvido, provoca a contaminação local, portanto muitas vezes a gente precisa fazer curativo cirúrgico com o paciente sob anestesia, para que a gente possa limpar toda aquela região e evitar assim uma contaminação, uma infecção do local atingido. E quando é uma queimadura muito grande, muitas vezes o paciente entra no que é comumente conhecido como infecção generalizada. Uma outra coisa também sobre queimaduras, e a gente já partindo para as grandes lesões, incêndios e tudo mais, é a inalação de fumaça, aquela fuligem, tudo aquilo, que provoca uma queimadura na via aérea, essa lesão da via aérea produz edema e muitas vezes o paciente precisa ficar entubado, precisa de terapia intensiva, normalmente esses casos são bastante graves”, destacou.
O diretor, Antônio Carlos Neto, orientou que as pessoas nunca utilizem ingredientes caseiros para aplicar no local da queimadura, pois isso pode provocar uma grande contaminação.
“A gente pede para as pessoas que não façam isso, porque o grande problema de usar essas medicações caseiras, os unguentos como as pessoas gostam de chamar, é a contaminação daquela superfície, daquele local que foi atingido. Então a nossa orientação é que, uma vez que tenha sido vítima de uma queimadura, se for possível, lave abundantemente com água corrente naquele local, envolva com um pano seco e limpo, e busque atendimento em uma unidade de emergência. Não necessariamente esse paciente vai precisar passar por um tratamento cirúrgico, não necessariamente esse paciente vai necessitar de um internamento, mas de toda sorte é importante caso essa queimadura provoque um sintoma maior, é importante que haja uma avaliação de um profissional médico”, concluiu.
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