Junho chegou e, com ele, acontecem as tradicionais festas juninas, realizadas de Norte a Sul do país. Muita festa e música marcam o período, além de comidas típicas. Tradicionalmente produzido e comercializado em Feira de Santana, o licor, bebida alcoólica doce à base de frutas e outros ingredientes, ganha destaque no mês.
Há quem goste de licores artesanais, cremosos e que viraram os queridinhos do público nos últimos anos (confira aqui uma matéria especial feita pelo Acorda Cidade sobre licores goumet) mas, também tem aqueles que preferem o licor clássico, feito somente com o sumo da fruta e a base alcóolica.
Os licores tradicionais, como assim são chamados, estão superando as vendas para comerciantes do município. Desde que começou a produzir licores, há cerca de 20 anos, Delma Maria Silva Santos, popularmente conhecida como Dona Miminha, nunca recebeu tantos pedidos como neste ano.
“Tem quase 20 anos que produzo licores. Primeiro, comecei entregando em algumas empresas que pediam sob encomenda, mas com o tempo, essas empresas não permitiam mais a entrada de licores. Então, comecei a receber as pessoas em minha casa. Com a pandemia, resolvi colocar um stand e foi chamando a atenção dos moradores do bairro. As vendas estão muito boas, têm nos surpreendido. Já disse aos meus clientes que quero estender até a copa, e as fusões que eu tinha, acabaram. Tenho que fazer novas fusões para que fiquem prontos até o período”, destacou.
A inspiração para comercializar e produzir os licores foi ainda jovem, em um momento de dificuldades financeiras. Mas, com toda a sua trajetória e sucesso das vendas, atualmente, Miminha conta com até cinco funcionários para ajudar na produção.
“A inspiração para começar a comercializar foi ainda jovem, quando eu não tinha dinheiro, não tinha condições financeiras. Fazia as vaquinhas, comprava os materiais e eu comecei a fazer a mistura de fruta, a cachaça e o leite condensado que dava o nome de batida, que se tomava gelado. Hoje, na nossa produção temos quatro a cinco pessoas. Tudo o que você faz, precisa ter o amor. Eu amo o que eu faço, comecei fazer o licor para uso, há 19 anos e não parei mais.”
Ao todo, o Licor da Miminha, possui 17 sabores variados entre cremosos e tradicionais. Os licores à base somente de frutas, são produzidos através de uma fusão, e a fabricação, tem início seis meses antes da comercialização.
“A venda de licores tradicionais tem surpreendido a cada ano, porque é um licor que exige muito trabalho. A venda continua bem forte e o tradicional, todo mundo procura. Cada fruta pede um tempo de fusão. Maracujá, acerola, cajá, jenipapo, tamarindo. Eles ficam de seis meses a um ano de fusão. Para que o licor tenha um bom sabor, é necessário estar nessa fusão. Até também, para tirar a acidez da fruta. A cachaça é pura. Temos licores que saem muitos , como um que foi uma ideia nossa de produzir acerola com maracujá e é muito bom”, frisou.
As encomendas do Licor da Miminha são feitas pelo Instagram @licordamiminha ou através do número (75) 99890-8185.
O licor Oxente Mainha, que está no mercado de Feira de Santana desde 2014, também é muito procurado pela variedade de produtos. Com 23 sabores, incluindo goumert e tradicionais, a fabricação é feita por todo o ano pela empresária Josélia Oliveira de Jesus e seus dois filhos.
“Esse nome, Oxente Mainha, surgiu dos meus dois filhos, que sempre me chamavam assim. Produzimos desde 2014. Eu precisava aumentar a minha renda, estávamos sem dinheiro e um amigo havia pedido para experimentar um licor nosso. A partir daí, surgiu o licor Oxente Mainha e não paramos mais”, disse Josélia.
O licor tradicional da fabricação de Josélia também possui um sabor muito procurado pelos feirenses: a amarula. A fruta, popular no Sul do Brasil, é enviada ainda congelada especialmente para a produção da bebida.
“Fabricamos e vendemos o ano inteiro. Em algumas épocas, as vendas diminuem, mas vendendo sempre. Produzimos muito o licor de amarula, que é uma fruta que se parece muito com cajá. Ela vem até nós do Rio Grande do Sul, congelada, e aqui fabricamos o licor. Os licores tradicionais são feitos também com a fusão. Geralmente, colocamos aqui de um ano para o outro”, destacou.
A empreendedora contou ainda que as vendas no período junino deste ano tiveram um aumento de 90%. Os produtos, encontrados pela internet, também são comercializados em outros estados, a exemplo do Paraná e São Paulo.
“As vendas aumentam 90% no período junino, a fabricação é feita por mim e pelos meus dois filhos. Meu filho fica nas compras, minha filha na contabilidade. Nós vendemos para Salvador, São Paulo e até mesmo para o Paraná. Em São Paulo, é um amigo de meu filho que levou através do caminhão e começaram a revender. O pessoal lá reconhece que o nordestino e o baiano cozinham bem, por isso que vão aos outros estados”, finalizou.
Ficou curioso para conhecer o licor Oxente Mainha? As vendas são feitas pelo Instagram @licor_oxentemainha e pelo WhatsApp (75) 98189-9613.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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