Dia do Porteiro

Alegria, satisfação e reconhecimento: conheça a história de porteiros que são admirados em Feira de Santana

O Dia do Porteiro é celebrado nesta quinta-feira (9).

Foto: Arte/Acorda Cidade
Foto: Arte/Acorda Cidade

Poucas pessoas sabem, mas nesta quinta-feira (9) é celebrado o Dia do Porteiro. A data foi definida pela Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores de Edifícios e Condomínios, que abrange os porteiros.

Estes profissionais são responsáveis pela segurança e pelo funcionamentos dos prédios comerciais e residenciais, controlando a entrada e saída das pessoas, além de auxiliarem em outros serviços inerentes.

Muito querido e admirado no Colégio e Faculdade Anísio Teixeira, Luiz Carlos Silva, mais conhecido como ‘Seu Lula’, 65 anos, já trabalha na função há 42. Ao Acorda Cidade, ele contou que começou a trabalhar cedo, entre umas funções e outras, foi na portaria que ele se identificou.

“Eu comecei a trabalhar com vinte e poucos anos, trabalhava no turno da noite, depois passei a trabalhar durante o dia, antes eu ficava na função da limpeza e me designaram para ficar como porteiro. Essa aqui é a minha rotina de sempre, chego por volta de 6h30, fico até por volta de 13h, e nessa convivência, a gente vai conhecendo mais pessoas, os estudantes, os professores passam por aqui, é um bom dia, um boa tarde, até mesmo um boa noite, sempre brincam comigo, mas claro, mantendo todo respeito e gosto do que faço, gosto de trabalhar aqui, gosto dessa função”, relatou.

Sempre sorridente, Seu Lula destacou que mesmo com problemas pessoais, nada pode interferir no dia a dia dentro da instituição.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Graças a Deus, eu não tenho problema com ninguém, e quando tem problema em casa, a gente deixa em casa, porque aqui no trabalho, já é outro ambiente. Então é ter a cabeça que estou indo trabalhar, sair de forma alegre e tratar muito bem as pessoas que por aqui passam, pois isso é o mais importante. Antes de sair de casa mesmo, eu já faço o sinal da cruz, chamo por Deus, e comigo não tem essa de ficar mal humorado, isso não existe comigo. Eu fico aqui na portaria, converso com todo mundo, desejo boas vindas, e assim a gente vai levando a nossa vida, o nosso trabalho”, contou.

Ao Acorda Cidade, Seu Lula contou que foi através da profissão e do sorriso cativante, que conquistou muitas amizades. Prova disso, são as homenagens feitas aos porteiros, pelos estudantes no momento da formatura.

“Desde quando comecei a trabalhar aqui, já vi muitas pessoas se formando. Hoje eu vejo muitos advogados, muitos juízes e outros profissionais de diversas áreas, e sempre lembram de mim, mantém aquele carinho comigo. E sempre, existem aquelas pessoas que marcam em nossas vidas, eu por exemplo, tenho um grande orgulho quando sou homenageado e tenho o meu nome lá chamado no momento da formatura. Todo mundo tem seus altos e baixos, às vezes a gente está ali na portaria, dá um bom dia, um boa tarde, a pessoa está de cara fechada, mas depois, acaba esquecendo, volta pede desculpa e a gente respeita tranquilamente”, contou.

No ano de 2019, Seu Lula foi homenageado também na Câmara Municipal de Vereadores, quando recebeu o título de Cidadão Feirense.

Acompanhando de perto todo o trabalho, o colega de profissão, Djalma Moraes Filho, contou que Seu Lula é considerado como um ícone do colégio e da faculdade, e onde o porteiro estiver, sempre será bem recepcionado.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu já trabalho aqui na faculdade junto com Lula, desde quando a sede era lá na Avenida Getúlio Vargas, então já é uma longa história trabalhando com este homem. Hoje ele é um dos ícones de funcionários, não só aqui, mas em qualquer lugar de Feira de Santana. Onde Lula for, ele será bem recepcionado, não tem uma formatura que ele não seja homenageado, porque ele presta um serviço de qualidade. Eu sempre brinco com ele, que peço a Deus, para nunca vê-lo zangado, porque a gente gosta de vê-lo assim, sempre dessa forma, sorridente”, disse.

Com 63 anos de idade, Milzete Souza dos Santos, mais conhecida como ‘Mil’, já trabalha como porteira há 15 anos na Escola João Paulo I. Ao Acorda Cidade, ela contou que tudo começou, quando foi requisitada para substituir outra funcionária, mas este curto prazo, se prolongou até os dias de hoje.

Foto: Arquivo Pessoal/JPI

“Eu já trabalho como porteira há 15 anos e tudo começou aqui neste colégio. Tinha uma outra senhora que já atuava aqui, mas ela precisou se ausentar por conta de uma cirurgia, mas acabou se aposentando logo depois. Me colocaram para fazer uma experiência, e dessa experiência, eu fiquei até hoje. No início, eu ainda não sabia de nada, tudo era novo, principalmente para me comunicar com as crianças, mas aí fui pegando a prática, fui gostando, e se tornou maravilhoso, é uma conexão ótima que tenho com todos eles, e que eles possuem comigo também”, disse.

Para também conquistar a amizade das crianças, Dona Mil informou que precisou ter paciência, mas foi aos poucos, que garantiu a confiança dos pequenos.

“Hoje eu trato todos da mesma forma, com um belo sorriso, com um beijinho na cabeça, com um bom dia, com um boa tarde, e assim eu fui conquistando os pais também. Hoje eu posso dizer que isso aqui significa uma paz para mim, significa alegria, tranquilidade e esqueço dos problemas. Mesmo com todas as crianças para lá e para cá, eu me sinto tranquila e quando eles não estão aqui, eu sinto um vazio, fica algo triste”, destacou.

Quem também trabalha no Colégio João Paulo I, é Washington Santos Lacerda, 51 anos, que atua na profissão de porteiro há 9. Segundo ele, antes de trabalhar na escola, trabalhou como segurança em outros locais e depois, conseguiu uma vaga de emprego na unidade escolar.

Foto: Arquivo Pessoal/JPI

“Eu já trabalhava como segurança, sempre trabalhei nesta função de portaria, e tive a oportunidade de trabalhar como porteiro em uma escola e depois consegui ser transferido aqui para o João Paulo I. Aqui eu me sinto bem com a vida, ainda mais com todas essas crianças, é um carinho enorme que tenho por todos e a cada dia, é uma conquista nova. É importante que a gente sempre possa trabalhar da forma correta, com toda dedicação, com todo amor, pois assim, o trabalho flui de uma maneira excelente. Seja através de um bom dia, um boa tarde, com um sorriso no rosto, a gente conquista as crianças, conquista os pais e é só alegria”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Inscrever-se
Notificar de
8 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários