Com três anos de fundada, a Rede Balaio de Solidariedade agrega mais de 50 empreendimentos econômicos solidários na Bahia e em Sergipe. A iniciativa da Cáritas Nordeste 3 integra o projeto Redes de Cooperação Solidária da Cáritas Brasileira que visa o fortalecimento de grupos socioprodutivos e o avanço na comercialização.
A gestora, Marcela Vieira, esteve na Bahia e em Sergipe, na última semana, e destacou avanços e desafios da área.
“Iniciamos o projeto inteiro com 136 empreendimentos cadastrados e enfrentamos a pandemia logo em 2020. Então, foi importante o compromisso dos empreendimentos para aprender a manusear as plataformas virtuais – em 2020 e 2021 atuamos praticamente 100% remotos. O mais interessante com a Rede Balaio é que começamos com uma rede que ainda estava se configurando e hoje representa a maior considerando o tempo de existência. A Rede ganhou corpo e a Feira Saberes e Sabores emplacou no Nordeste 3”, avalia.
Marcela sinaliza o avanço do projeto em suas etapas que segue garantindo o fortalecimento da comercialização de forma estratégica. “Vivemos a experiência da gestão compartilhada com o comprometimento coletivo e neste ano de 2022 fizemos o plano de negócios que prevê as necessidades das redes com itens como embalagens e insumos, por exemplo. Cada Rede recebeu R$ 70 mil para ser investido em insumos, fortalecendo a comercialização em produtos estratégicos que, no caso da Rede Balaio, é o arroz”, acrescenta Vieira.
A gestora visitou a loja da Rede Balaio em Feira de Santana e participou da Feira Saberes e Sabores realizada no último sábado (4) em Aracaju (SE), onde destacou o potencial do evento realizado pela Cáritas Nordeste 3. “Temos duas feiras nacionais da Cáritas que são Crateús (CE) e Santa Maria (RS) e eu acho que nasce mais uma feira que é a do Nordeste 3, Saberes e Sabores, que precisa ser nacional porque vem com outra metodologia de um evento itinerante. Percebemos que o recurso direcionado para a Rede está sendo utilizado. Minha gratidão ao compromisso dos assessores com esse trabalho que gera resultados”, comemora.
Horizontes e desafios
Para Marcela, a estratégia de ponto fixo como a loja de Feira de Santana é válida, mas é preciso profissionalizar o negócio olhando a economia solidária como estratégia de negócio, porém na perspectiva solidária. Maquinetas de cartão, inserção em plataformas virtuais com estratégia de impulsionamento na divulgação dos produtos e ampliação de pontos fixos a partir de parcerias com Paróquias e Dioceses são alternativas para o desenvolvimento da Rede que também demanda por formações para gestão.
“A nível de Brasil somos muito bons na produção, mas precisamos melhorar a gestão e o impulsionamento da comercialização, mais arrojada, formal e que dê respostas financeiras porque a gente já deu resposta social, na dimensão da solidariedade, do acolhimento e da cooperação, mas também precisamos de um retorno na dimensão da viabilidade econômica”, conclui.
Projeto Redes de Cooperação Solidária
Ao todo, participam da iniciativa da Cáritas Brasileira 12 redes, incluindo a Rede Balaio de solidariedade. Iniciado em 2018, o projeto abrange os regionais Maranhão, Ceará, Piauí, Nordeste 3, Nordeste 2, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Articulação Norte 1, Norte 2 e Centro Oeste com a Cáritas Diocesana de Brasília.
Rede Balaio de Solidariedade
Criada em 2019, a Rede Balaio de Solidariedade agrega mais de 50 empreendimentos econômicos solidários da Bahia e Sergipe e vem somando esforços na comercialização e aquisição de insumos, além de contribuir para o fortalecimento de mulheres que atuam em coletivo gerando renda para o sustento de suas famílias. A rede possui lojas em Feira de Santana, Banzaê e Rui Barbosa, na Bahia, e em breve terá espaço de comercialização fixo em Aracaju (SE).